A forte desaceleração da economia brasileira em 2014 surpreendeu economistas e vem afetando as expectativas de crescimento para 2015.
Segundo analistas consultados pela “Reuters”, a elevação nos preços não vai ceder até o fim de 2015, fazendo com que esse cenário mais frágil torne a vida do próximo governo ainda mais dura, obrigando-o a adotar medidas dolorosas. “Ninguém esperava que a atividade desacelerasse tanto. À medida que os dados vão mostrando essa piora, os modelos de previsão vão incorporando e jogando a deterioração para frente”, explicou o economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima.
Esse movimento é claro nas estimativas de economistas compiladas pelo relatório Focus, do Banco Central. As projeções medianas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2014 e 2015 começaram o ano em 2 e 2,5%, respectivamente, e foram caminhando gradualmente para baixo. Na última leitura, os números passaram a 0,33 e 1,04%. O pessimismo vem das sucessivas decepções com o ritmo da atividade neste ano. No segundo trimestre, a economia brasileira encolheu 0,6%, entrando em recessão técnica pela primeira vez desde a crise de 2008/09.
Segundo as últimas estimativas do Focus, a inflação dos preços monitorados deve ficar em 7% no ano que vem, a maior em dez anos se concretizada. Neste ano, ela deve ir a 5,10%. Agentes econômicos contam com fortes reajustes de tarifa de energia elétrica e nos preços da gasolina após as eleições de outubro. Com informações da revista “Exame”.