Desaparecimento de estudante paranaense nos EUA completa 2 meses.

Por Gazeta Admininstrator

Há cerca dois meses, a universitária paranaense Carla Vicentini, de 22 anos, está desaparecida nos EUA. Até o momento não há pistas concretas sobre o paradeiro da estudante, que foi vista pela última vez, na madrugada do dia 9 de fevereiro, na cidade de Newark, em Nova Jersey. Carla desapareceu após ter saído acompanhada por um por um homem, supostamente americano, de um restaurante do bairro Ironbound, um reduto de imigrantes portugueses. Ela deixou o local a pé, dizendo que estaria em casa em poucos minutos, o que não ocorreu. A partir daí, seus amigos e parentes vivem dias de profunda angustia, pois até o momento, nem mesmo com o esforço conjunto das autoridades locais, agentes do Federal Bureau of Investigation (FBI), Interpol e Polícia Federal brasileira conseguiram esclarecer o paradeiro de Carla.

Ao todo 50 pessoas já foram interrogadas. Entre elas encontra-se a brasiliense Maria Eduarda Ribeiro, que teria se mudado para a cidade junto com a Carla.

As amigas sublocaram um apartamento alugado em nome do francês naturalizado brasileiro (que também tem cidadania americana) José Fernandes, morador da pequena Goioerê, no Paraná, a terra natal de Carla, localizada a 530 km de Curitiba. Fernandes e sua ex-esposa também já prestaram depoimento.

Embora a polícia mantenha sigilo sobre o desenvolvimento das investigações, não esconde a falta de indícios que poderiam determinar o paradeiro da universitária. Daniel Clegg, investigador do FBI no Brasil, confessa que as informações sobre os últimos passos de Carla não vão muito longe. “Até agora não temos dados relevantes que apontam o que aconteceu. Temos a cronologia que indica que ela teria desaparecido entre 2h e 4h da madrugada, mas não temos informação que revelaria mais do que isso”, confessa. No entanto, Daniel assegura que as investigações não estão paradas. “Estamos entrevistando muitas pessoas que tiveram contato com ela e tomando várias outras medidas técnicas, como análise de contas de e-mail e telefone”, exemplifica. O investigador também salienta que as diferenças de idiomas e culturas entre os brasileiros e americanos, assim como entre os diversos imigrantes estrangeiros de variadas etnias que povoam Ironbound sevem como grandes obstáculos para uma apuração mais rápida.

Outra peculiaridade que envolve o caso de Carla Vicentini é a grande divulgação que o seu desaparecimento vem recebendo na internet. Isso ocorre através dos jornais dirigidos aos imigrantes brasileiros nos Estados Unidos. Atualmente, uma simples pesquisa com o nome da estudante feita no site do Google resulta em uma centena de páginas. No entanto, que muitas vezes, esses sites possuem apenas especulações e declarações infundadas.
Talvez esse fato seja a razão das freqüentes ofensas pela qual a intercambista Maria Eduarda Ribeiro vem sofrendo. Ela conheceu Carla em Nova Jersey e se mudou com ela da primeira cidade onde ficaram hospedadas, Dover, para Newark. As duas moravam juntas há quatro dias quando a paranaense sumiu. Eduarda foi, praticamente, uma das últimas pessoas que viu quando Carla saiu do restaurante onde trabalhava, o Adega Bar & Grill. Várias páginas na internet atribuem à brasiliense depoimento que acusa Carla de ter aceitado que um americano de cerca de 40 anos pagasse bebidas para ela. Após isso, elas teriam discutido e Carla, ido embora com o homem. Apesar dessas especulações, a polícia não confirma se Maria Eduarda teria falado isso em seu depoimento. No entanto, ela não suportando ficar mais na cidade, decidiu terminar com seu intercâmbio na Califórnia.

O Itamaraty diz que vem acompanhando o inquérito, porém, assim como a polícia norte-americana, alega que as informações são restritas às autoridades. No Congresso, a não ser por um deputado federal do Paraná que foi aos Estados Unidos por conta própria, apesar da existência da Comissão de Direitos Humanos e da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Emigração Ilegal – que teriam afinidade natural com o assunto, o sumiço da brasileira não tem ganhado muito destaque.