Descoberto esquema de fraudes de seguro trabalhista

Por Gazeta Admininstrator

A partir das investigações do DFS foi que Christiano Glória foi preso, na sexta-feira(29), sob as acusações de racketeering violation (violação federal de conspiração para organização com fins de cometer crime), derivadas de seu alegado apoio a fraude de indenizações trabalhistas na indústria da construção civil, através da empresa Vionaldo Express, Inc, voltada para a remessa de valores para o exterior, operada por Glória. A investigação levou a um total de $325 mil envolvidos no esquema. - Infelizmente, há empresas que operam com check cashing e que estão ajudando empresas a burlar a exigência de cobertura de seguro de trabalho para seus empregados. Nossa prioridade é proteger os cidadãos da Flórida e nós vamos deter empregadores e todos aqueles que os ajudem, caso violem as leis que protegem trabalhadores acidentados”, disse Sink. Glória está sendo mantido na carceragem de Broward, sem direito a fiança. As acusações serão processadas pelo Office of Statewide Prosecution (Escritório de Ações Penais do Estado). De acordo com o detetive investigador Geoffrey Branch, alguns indivíduos estabeleceram empresas de construção de “fachada” (existiam apenas no papel), e prestaram informações mentirosas nas documentações de solicitação de seguro, essencialmente para a Florida Citrus Business and Industries Fund (FCBI), para obter certificados de seguro de indenizações traba-lhistas. Uma destas empresas de “fachada”, a WM South Florida Construction enganou o FCBI em mais de $500 mil em prêmios de seguros, durante um período de quatro anos, e falhou em realizar o pagamento de impos-
tos sobre folha de pagamento, num total aproximado de $27 milhões. O dinheiro da folha de pagamento era “lavado” por intermédio de empresas de remessa de valores no Sul da Flórida, incluindo a Vionaldo Express, de setembro de 2002 a março de 2007. Glória, alegadamente completou relató-rios fraudulentos de transações de dinheiro na Vionaldo Express, e os submeteu ao IRS (Internal Revenue Service), declarando que a pessoa que recebia dinheiro de empresas de “fachada”era Dero William Vieira, no Brasil. Glória retinha uma percentagem pelo pagamento dos cheques e, também, retinha percentagem de sete a 10% de cada cheque para efeito de “aluguel”, a ser repartido entre Vieira e outros co-acusados. O esquema, alegadamente fornecia empreiteiros (contractors) com certificados de seguro fazendo acreditar que dezenas de subempreiteiros e centenas de empregados (muitas vezes trabalhadores indocumentados) estavam cobertos pelo seguro trabalhista quando, na realidade, nenhum destes subempreiteiros ou empregados tinha qualquer ligação com as empresas de “fachada”, que suspostamente os havia contratado. Os investigadores determinaram que eles estavam simplesmente utilizando os papéis das empresas de “fachada”, em troca do pagamento de uma taxa. De Lima, Oliveira e Silva foram condenados por racketeering, conspiração para cometer racketeering, fraude de indenização trabalhista, grand theft e lavagem de dinheiro. Glória não foi condenado e está sendo acusado dos mesmos crimes, além do crime de preenchimento de falsos relatórios de transações monetárias. Dondisch foi condenado por preenchimento de falsos relatórios de transações monetárias. Dero William Vieira permanece fora-gido e é criminalmente responsável pelos prêmios de seguro por acidente de traba-lho que deveriam ser pagos à FCBI, assim como por milhares de dólares em seguros cobrados à FCBI se pagos por ela. Adicionalmente, o estado buscará confiscar valor superior a $500 mil, que é o mínimo lucro obtido a partir da operação criminosa. O DFS foi asssitido durante o curso da investigação, na execução de mandados de busca e apreensão, pelos escritórios do Xerife de Borward e Palm Beach, pelo Departamento de Polícia de Miami-Dade, Departamento de Cumprimento Legal da Flórida e pelo Departamento de Segurança Interna Imigração e Alfândega. O DFS investiga várias formas de fraude em seguros, incluindo saúde, vida, automovéis, propriedade e indenizações por acidente de trabalho. Dependendo do valor estimado em perdas, o departamento pode pagar até $25 mil por informação que, diretamente, leve à prisão e condenação do responsável por um crime. Quem tiver qualquer informação sobre esta ou qualquer outra suspeita de fraude de seguros é solicitado a entrar em contato com a linha direta do departamento de Combate a Fraudes, pelo telefone 1800-378-0445, ou pelo site www.MyFloridaCFO.com/fraud . Vionaldo O empresário Vionaldo Glória, pai e sócio de Christiano Glória na empresa Vio-
naldo Express, de acordo com informações da Corte Federal, declarou-se inocente, na quinta-feira(4) no processo no qual é acusado do crime de lavagem de dinheiro. Após sessão que durou cerca de quatro horas na United States District Court, em Fort Lauderdale, Vionaldo teve estabelecida fiança de $250 mil. De acordo com informações do departamento de Relações Públicas do Broward County Sheriff’s Office, ele foi liberado da detenção na sexta-feira(5). Com o pagamento da fiança, a justiça dá agora a Vionaldo o direito de aguardar o curso do processo judicial em liberdade, até que seja proferida a sentença que o declarará culpado ou inocente. Considerando a natureza da acusação contra Vionaldo, de lavagem de dinheiro, a justiça determinou a exigência de fiança co-nhecida legalmente como Nebia, que significa que o acusado precisa apresentar prova de que a fonte dos recursos para pagamento da fiança é de origem legítima. Procurado pela reportagem do Gazeta, na segunda-feira(8), Vionaldo Gloria não quis fazer qualquer declaração. “Não tenho nada a dizer. Tudo o que eu tinha a dizer, vocês já disseram, obrigado”, finalizou. Vionaldo contratou como advogado Mitchell S. Fuerst, especializado, entre ou-tras áreas do direito em defesas de crimes de colarinho branco, lavagem de dinheiro, legislação de corporações e litígios de im-
postos. Procurado pela reportagem do Gazeta o advogado não respondeu ao pedido de entrevista, até o fechamento desta edição. O brasileiro foi detido, inicialmente, no dia 29 de agosto pelo U.S. Marshals Service (Agência federal que atua como braço policial das cortes fede-rais). Família e amigos Mais uma vez, procurada pela repor-tagem do Gazeta, a esposa de Vionaldo, Ivânia Glória não quis dar declarações. “Sem comentários, obrigada. Obrigada pela consideração”, disse Ivânia. A sobrinha de Vionaldo, Nivalda Glória, procurou a reportagem do Gazeta para expressar sua insatisfação com a reportagem da semana passada, que noticiou as prisões de Vionaldo e Christiano, mas solicitou que nenhuma informação prestada por ela fosse publicada. O pastor Moisés Monteiro, que compareceu à audiência na Corte de Fort Lauderdale disse conhecer Vionaldo há muitos anos. “Sempre tive boa amizade com ele. Posso dizer que tenho visto ele ajudar a comunidade todos esses anos”, finalizou.

Os seguintes co-acusados foram condenados: - Marcelo F De Lima (Pompano Beach - WM South Florida Construction, Inc –Ordenado a pagar $189.972,88. - Geovani M. Oliveira (Coconut Creek) – WM South Florida Construction, Inc O DFS acredita que será determinado a pagar $166.272,63, após a divulgação da sentença. - Márcio E. Silva (Boca Raton) – WM South Florida Construction, Inc – ALD Construction, CRF Construction – Ordenado a pagar $107.607,37. (leia nota pública na página ao lado). - Sérgio Dondisch (Surfside) – Hialeah First, LLC DBA Liquid Cash – Ordenado a pagar $275 mil..(Fonte: DFS).