Descubra porque Warcraft é uma boa adaptação para o cinema

Por JANA NASCIMENTO NAGASE

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O filme Warcraft, a adaptação do videogame World of Warcraft, da Blizzard Entertainment para as telonas, juntamente com a Legendary

Pictures e a Universal Pictures estreia nesta sexta-feira, dia 10. O longa, que já teve sua estreia internacional em mais de 26 países, está detonando as bilheterias e já arrecadou mais de $70 milhões de dólares até agora. O diretor Duncan Jones assumiu o desafio de criar um blockbuster baseado em uma franquia de videogame com décadas de uma complexa mitologia e de construção de mundos.

Warcraft acompanha a fuga dos Orcs que tentam escapar do seu mundo decadente através de um portal místico, e tentando colonizar o pacífico reino de Azeroth que é governado por seres humanos. Com uma enorme e popular base de fãs, o videogame já foi jogado por milhões de pessoas em todo o mundo e essa versão para as telas grandes não deixa a desejar. O CGI usado no mundo dos Orcs é visualmente impressionante, assim como são a captura de movimento das personagens. Os efeitos especiais foram criados de uma maneira bem detalhada como as realistas expressões faciais que foram criadas para o Orcs e as sequências das batalhas.

Para saber mais sobre esses mundos e a complexa mitologia, fui convidada para participar da coletiva de imprensa com o diretor Duncan Jones, os atores Travis Fimmel, Paula Patton, Ben Schnetzer, Robert Kazinsky, e Toby Kebbell. Eles falaram sobre suas personagens, os efeitos visuais, como transcrever um videogame para a tela grande, e muito mais.

Na tentativa de dar ao gênero fantasia uma nova voz, nos últimos anos, podemos dizer que o gênero tem sido bem representado com os filmes realizados por Peter Jackson: O Senhor dos Anéis (Lord of the Rings) e a trilogia The Hobbit. "Eu acho que uma das coisas, ficção científica em particular e um número de sub-gêneros ao longo dos anos, você tem um filmes corajosos como Blade Runner, ou 2001, ou AI – Artificial Intelligence, ou Adjustment Bureau, há um grande espectro de que o gênero ficção científica pode ser", disse Jones. "No gênero fantasia, o maior deles é o Senhor dos Anéis, os originais feitos por Peter Jackson. É como se o espectro do que é fantasia fosse muito menor do que é ficção científica, então eu adorei a oportunidade de talvez tentar fazer um filme que venha no mesmo barco, estilo de Senhor dos Anéis, mas como uma ‘nova voz’, uma sensação nova, e isso é o que tentamos fazer com Warcraft".

Com isso em mente, Jones estava muito preparado com um roteiro convincente e personagens definidas, o que ajudou a compor o elenco. Durante a coletiva, os atores comentaram o porquê se juntaram ao elenco. Paula Patton, que interpreta Garona, disse que aceitou porque "o roteiro e a personagem eram muito atraentes". Ela conheceu pela primeira vez Warcraft através das reuniões criativas que teve com Jones e estava com um pouco de medo de fazê-la. Depois que aceitou o papel, ela disse para si mesma: "Eu entrei no meu carro e eu disse 'Merda!' Eu estava como tanto medo. E pensava como eu iria fazer justiça e me tornar uma meio-humana e meio-orc? Então, eu percebi que o que mais te amedronta, é o que você deve fazer, sabe? E foi tudo isso que me atraiu para fazer o filme". Ela elogia Jones dizendo que "o mundo que Jones criou foi notável e estou muito feliz por fazer parte dele".

Para Ben Schnetzer que interpreta o bruxo Khadgar, ele já era um "grande fã de Duncan desde Moon". Ele era não familiarizado com o mundo Warcraft, assim como Patton, e conheceu através do roteiro. "A história e a narrativa que Duncan e Charles estabeleceram é muito fiel à mitologia do jogo, mas também foi trabalhada uma narrativa humana, uma história real. Quando li umas 10 páginas do roteiro, eu esqueci que estava lendo uma adaptação de um jogo", disse Schnetzer. "Se o material de origem é um jogo ou um romance, seja o que for... uma boa história é uma boa história, e Duncan foi muito diligente em dar um peso igual aos dois lados da história. Fiquei fascinado e atraído por ela e a oportunidade de fazer algo icônico é extremamente emocionante", acrescentou.

Robert Kazinsky, o único familiarizado com o jogo, disse que tem jogado durante os últimos 12 anos e por isso estar no filme parece que completa tudo. "Eu teria feito qualquer coisa para ter um papel neste filme", disse Kazinsky. "Eu acho que pagaria a Legendary, literalmente pagaria, para ter um papel no filme. Eu fiquei muito feliz quando me convidaram para ser Orgrim Doomhammer". E acrescentou: "Não há nada - nem chuva, nem granizo, nem neve, nem um orge blindado - que poderiam estar no meu caminho”.

Sendo já um grande fã de Jones, foi difícil para Toby Kebbell encontrar uma razão para não aceitar o papel. "Eu sou um fã da ‘captura de movimento’. E fã de Duncan e também porque o roteiro foi bem escrito", disse Kebbell. "Foi também a ‘captura de movimento’ para mim. Eu tinha acabado de terminar Dawn of the Planet Apes. Eu estava tão desesperado para continuar fazendo esse tipo de filme com captura de movimento e aprender tudo. Eu tive a sorte de ser o primeiro a fazer a leitura da minha personagem. Meu teste foi pelo Skype, enquanto Duncan já estava na pré-produção".

Quando perguntado sobre como os jogadores podem melhorar nas suas vidas reais, Jones disse: "Quando você faz um filme como este, você precisa trazer pessoas com habilidades diferentes. Quando eu comecei minha carreira, anos atrás eu fazia vídeo clipes de música ruins e comerciais, uma das razões que eu fui capaz de seguir em frente e fazer coisas melhores, foi quando eu comecei a trabalhar com pessoas com habilidades diferentes e aprender com eles. Então, eu diria que se você é jovem e quer aprender com outras pessoas, trabalhe com as que não tem as mesmas habilidades que você, especialmente no cinema, tente trabalhar em conjunto, reunir pessoas que têm habilidades complementares". E Patton acrescentou que "se trata de "não ter medo" e que você tem que ter "fé em si mesmo". "Realmente eu acredito que é mente sobre a matéria, assim como no filme de fantasia, a imaginação", disse Patton. "Você tem que ter fé e acreditar e não deixar a negatividade ou a dúvida ou aqueles que vieram antes de você falarem que é impossível".

Fazer um filme baseado em um videogame é um desafio, mas Jones também queria criar um filme para aqueles que não jogam o jogo e não estão familiarizados com esse mundo. Warcraft não é baseada em qualquer enredo ou personagem específico, como eu disse, é muito complexo e existe material de mais de 20 anos para Jones para trabalhar. Mas Jones optou pelo início de tudo. "Nós fomos ao início do jogo, a primeira história dos orcs e humanos, você sabe, aquele primeiro encontro das duas culturas", disse Jones. "Na narrativa do videogame, há personagens que usamos em nosso filme, na medida em que essas personagens foram aparecendo, era meu trabalho e dos atores encontrar uma maneira de adicionar um detalhe, uma nuance e adicionar humanidade e profundidade nessas personagens". E acrescentou: "a forma que o roteiro foi estruturado, penso eu, as relações fazem sentido. Você entende que foi afetado por quem e o que seus relacionamentos significam, e colocamos muitos laços familiares para dar uma realidade”.

No elenco também estão Ben Foster, Dominic Cooper, entre outros. Duncan Jones também foi responsável pelo roteiro ao lado de Charles Leavitt e Chris Metzen. Warcraft já está em cartaz. #WarcraftMovie #Warcraft