Desvalorização do real provoca retomada de tarifas sobre aço e alumínio pelos EUA

Por Gazeta News

O presidente Donald Trump acusou nesta segunda-feira, 2, o Brasil e a Argentina de desvalorizarem "maciçamente" suas moedas, e afirmou que vai reinstalar as tarifas de importação sobre o aço e o alumínio dos dois países. "Brasil e Argentina têm presidido uma desvalorização maciça de suas moedas. O que não é bom para nossos agricultores", escreveu Trump em sua página no Twitter. Portanto, com efeito imediato, restaurarei as tarifas de todo o aço e o alumínio enviados para os EUA a partir desses países". Países contestam aumento de tarifas ao aço e alumínio impostas por Trump O real se desvalorizou 5,2% frente ao dólar em novembro, ficando atrás somente do bolívar soberano, da Venezuela (-36,1%), do kwacha, da Zâmbia (-9,3%), e do peso do Chile (-8,1%), e se colocando como a quarta moeda que mais perdeu valor em relação ao dólar no mês de novembro, segundo levantamento da Austin Rating. Trump ainda usou a oportunidade para criticar o Federal Reserve (Fed) dizendo que o órgão deveria agir da mesma forma, para que países, que são muitos, "não se aproveitem mais nosso dólar forte, desvalorizando ainda mais suas moedas. Isso torna muito difícil para nossos fabricantes e agricultores exportarem seus produtos de maneira justa", disse ele, que frequentemente tem defendido juros mais baixos nos Estados Unidos. No acumulado no ano, o Brasil ocupa a 13ª posição no ranking das moedas que mais perderam valor frente ao real. A liderança é da Venezuela (-98,3%), seguida pela Argentina (-37,2%) e Angola (-37%). Do início do ano até a última sexta-feira, 29, o dólar já subiu 9,43% frente ao real, barateando as exportações brasileiras e aumentando a competitividade dos produtos do país lá fora. Somente em novembro, a alta foi de 5,73%. Resposta Nesta manhã, o presidente Jair Bolsonaro disse que não vê como retaliação ao Brasil a decisão do governo dos Estados Unidos de aumentar as tarifas para importação de aço e alumínio brasileiros e afirmou que falará com Trump sobre o anúncio referente às tarifas. Até o momento desta publicação, nada foi divulgado a respeito de tal conversa. Na avaliação do presidente, a correlação não procede porque a desvalorização das moedas locais são em consequência de fatores externos. “O mundo está conectado. A própria briga comercial entre Estados Unidos e China influenciam o dólar aqui, assim como coisas que acontecem no Chile, nas eleições na Argentina e no Uruguai. Tudo está conectado”, argumentou o presidente. Na Argentina, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores afirmou que iniciará as negociações com o Departamento de Estado dos Estados Unidos após a decisão do presidente Donald Trump. Antes de embarcar para reunião da Otan em Londres, Trump voltou a dizer que vai sobretaxar o aço do Brasil e da Argentina. Ele acusou os dois países de desvalorizarem suas moedas "substancialmente", em 10%. "Eu dei a eles uma grande trégua nas tarifas, mas agora eu estou tirando essa trégua porque é muito injusto para a nossa indústria e muito injusto para os nossos produtores rurais. Nossas empresas de aço vão ficar muito contentes, e nossos fazendeiros vão ficar muito contentes", disse a jornalistas. O dólar opera em torno de R$4,23 nesta segunda-feira. Uma leve queda após abrir em alta. Com informações da Agência Brasil e G1.