Citado nos depoimentos do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef, segundo os quais recebia comissões de empreiteiras, o atual diretor de Abastecimento da estatal, José Carlos Cosenza, teria autorizado a assinatura de pelo menos sete contratos com integrantes do chamado “clube da propina”. O grupo é formado por construtoras envolvidas no esquema de corrupção desvendado pela Operação Lava Jato. Esses contratos somariam R$ 2,6 bilhões.
Segundo o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelo processo da Lava Jato na primeira instância da Justiça, o esquema reunia um cartel formado pelas maiores empreiteiras brasileiras, que combinavam previamente quem ganharia as licitações para obras da Petrobras. Nessas concorrências, diz ele, as empresas cobravam preço máximo e depois distribuíam propina em valores correspondentes a 2% ou 3% do contrato. Parte da suposta propina era repassada ao doleiro Alberto Yousseff, suposto chefe do esquema, que transferia o dinheiro a agentes públicos (pessoas que trabalhavam na Petrobras ou políticos).
Na última semana, a sétima fase da operação teve resultado em 21 prisões. A Lava Jato investiga um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou R$ 10 bilhões e desviou recursos da estatal, segundo a PF. Entretanto, a perda da Petrobras com desvios pode chegar a R$ 21 bilhões, segundo o banco americano Morgan Stanley.Se as denúncias de corrupção na Petrobras forem comprovadas e os resultados apurados prejudicarem investidores estrangeiros, a estatal pode ser multada em até $20 bilhões pela Securities and Exchange Commission (SEC), órgão dos Estados Unidos equivalente à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A Justiça norte-americana também pode decretar a prisão de diretores e conselheiros da empresa.