Detetives não encontram DNA do menino que acusa Michael Jackson de abuso

Por Gazeta Admininstrator

Os detetives que investigaram o quarto de Michael Jackson não encontraram o DNA do menino de 13 anos que acusa o cantor de ter abusado dele sexualmente, segundo o advogado de defesa do cantor, Thomas Mesereau.

“O DNA não está lá, porque as acusações de abuso sexual são uma ficção”, disse o advogado em suas considerações iniciais no julgamento que vem sendo chamado de “Julgamento do Ano”.
Foi apresentado aos jurados o famoso documentário do jornalista britânico Martin Bashir, que está no centro do processo. O jornalista também depôs como testemunha da acusação.

O documentário “Living With Michael Jackson”, feito por Bashir e veiculado em 2003, mostrava o menino que acusa o cantor no processo e provocou uma tempestade na mídia, seguida da abertura de investigações sobre as relações do pop star com o garoto.
No documentário, Michael Jackson disse que não via mal em dividir sua cama com uma criança.

O promotor Thomas Sneddon disse que o irmão do menino, na época com 11 anos, tinha visto Michael Jackson tocar seu irmão de forma não apropriada e que o cantor mostrara revistas e sites pronográficos a ele.Impressões digitais do cantor e do menino que o acusa teriam sido encontradas numa dessas revistas, segundo o promotor.
O advogado de defesa disse, porém, que o menino e seu irmão às vezes ficavam fora de controle em Neverland (o rancho de Jackson) e leram as revistas e invadiram a adega sem permissão.

Segundo Mesereau, Michael Jackson vai admitir abertamente que lê essas revistas de vez em quando. Mas “ele absolutamente não as mostra para crianças”, disse o advogado.
Segundo o correspondente da BBC, durante a apresentação do documentário, Michael Jackson podia ser visto dançando na sua cadeira ao lado do advogado, quando eram tocadas músicas.
Mesereau também continuou seus ataques contra a credibilidade da mãe do menino. Ele a descreveu como uma “artista trapaceira em busca de dinheiro”.

Se for condenado, Michael Jackson poderá passar até 21 anos na prisão. Cerca de 1,5 mil profissionais da mídia estão em Santa Maria, acompanhando o julgamento que poderá durar seis meses.
Ann Kite, consultora de Relações Públicas, disse que foi contratada para “gerenciar a crise” criada pela transmissão do programa, em 2003.

Ann Kite, que trabalhou para Jackson por menos de uma semana, sugeriu que os assessores do cantor planejaram uma campanha de desmoralização contra a família do menino que moveu o processo.
Ao responder perguntas da acusação, Kite disse que o plano dela para reabilitar a imagem do cantor era deslocar o foco da cobertura da mídia dos problemas pessoais do cantor para o seu talento musical.
A testemunha disse ainda que a estratégia foi comprometida pela divulgação de documentos referentes a uma acusação antiga de abuso sexual contra Jackson.

Correspondentes da BBC dizem que a referência feita por Kite é importante porque pode oferecer à promotoria uma forma de trazer o caso novamente à tona. O juiz Rodney Melville está considerando se o jornalista Martin Bashir, que apresentou o programa, cometeu desacato ao tribunal por ter se recusado a responder a maioria das perguntas dos advogados.

Bashir, que depôs na terça-feira(1º), alegou proteção da confidencialidade das suas fontes de informação. Em outro desdobramento, uma porta-voz de Jackson disse que o processo não estava sendo fácil para o cantor, mas que ele estava feliz com o curso do julgamento.