Dez crianças brasileiras permanecem em abrigos nos EUA, afirma Itamaraty

Por Gazeta News

[caption id="attachment_169574" align="alignleft" width="378"] Sirley e o filho após o reecontro em Chicago. Foto: Chris Sweda Chicago-Tribune.[/caption] Esta quinta-feira, 26, é o prazo final dado pela justiça para que o governo de Donald Trump reunisse os menores que estão em abrigos separados dos pais nos Estados Unidos. Até então, segundo o Itamaraty, dez crianças brasileiras que foram separadas de seus pais ao entrarem ilegalmente pela fronteira permanecem em abrigos, sendo quatro dos menores em centros de Chicago e seis nos de Houston, conforme informação divulgada nesta quinta-feira, 26. O governo informou um total de 2.551 crianças de 5 a 17 anos de idade que estavam separadas de seus pais. Dessas, até o final desta quinta-feira, mais de 1.600 serão reunidas com seus pais. Desde a última segunda-feira, o governo federal reuniu 1.012 crianças de 5 a 17 anos com seus pais. Até o final da quinta-feira, espera-se reunir 1.637. O prazo foi estabelecido pelo juiz federal Dana Sabraw, da corte federal em San Diego, na Califórnia, onde corre um processo contra o governo americano. Representantes da administração Trump devem apresentar à corte até o fim desta quinta um balanço atual do processo de reunificação das famílias. Governo pede a juiz deportações rápidas de famílias imigrantes reunidas Muitas dessas famílias estão sendo mantidas em detenção - muitas, na verdade, estão enfrentando a difícil decisão de serem deportadas juntas ou se separarem novamente para que as crianças tenham a chance de ficar. Nas últimas duas semanas, 39 menores brasileiros deixaram os abrigos e foram reunidos com seus pais ou responsáveis, informa o comunicado do órgão. Ainda segundo o Itamaraty, há "vários outros" processos administrativos de reunificação familiar em fase final, que estão sendo acompanhados pelos consulados brasileiros. O governo brasileiro afirma na nota que "tem feito chegar ao governo norte-americano, em diferentes momentos, seu firme desagrado com uma prática que considera cruel e em franca violação de instrumentos internacionais de proteção aos direitos das crianças". Em junho, o então ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, visitou pessoalmente menores brasileiros em abrigos em Chicago. "Escapa, obviamente, à competência do governo brasileiro obrigar crianças e familiares a retornarem ao Brasil. A maioria expressiva manifesta o interesse de permanecer nos Estados Unidos, ainda que para isso tenha de aguardar decisão das autoridades locais", diz. "No caso dos poucos que optam pelo retorno voluntário, seus processos têm ocorrido segundo os protocolos estipulados pela lei americana, com o acompanhamento atento das repartições consulares, que colaboram na intermediação entre as partes envolvidas e auxiliam na juntada da documentação necessária", afirma a nota. A prática da separação começou em maio, quando os adultos eram levados a prisões e os menores a abrigos. A medida causou polêmica e, em junho,Trump assinou uma ordempara acabar com a separação de famílias. Uma ação coletiva em nome dos pais que foram separados dos seus filhos foi aberta pela União Americana de Liberdades Civis (ACLU), uma entidade pró-direitos civis nos EUA, que entrou com o processo contra a política adotada. Nesta sexta, 27, está prevista uma audiência com os dois lados. Leia tambémFronteira: Juiz ordena que crianças sejam entregues às famílias em até 30 dias