“Dia Sem Imigrantes” paralisa comércios e até escolas nos EUA

Por Daniel Galvão

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Ana Paula acredita que muitos americanos já estão arrependidos de terem votado em Trump. “Agora chegou a vez de dar a eles a certeza de que fizeram uma escolha errada e fazer o povo americano lutar pela nossa causa também”, resumiu.

É a mesma opinião de Rose Couto. A brasileira acredita que, estando legal ou indocumentado, se não nasceu nos EUA, continua sendo imigrante. E, de acordo com ela, sua patroa – americana – não apenas aceita como “assina embaixo” a postura de lutar pela causa. “Apesar de ela ser americana e ser filha de pais americanos, seus avós foram imigrantes e ela sabe bem como é isto. A união faz nossos sonhos se concretizarem”, frisou.

O outro lado

Apesar das adesões, há também os que não participaram do movimento. E as razões que justificam a postura são diversas. Farley Silva, por exemplo, trabalha na construção civil e não deixou de ir ao trabalho. Para ele, tudo foi feito “às pressas” nestas duas semanas de convocação. Além disso, o brasileiro – que vive em Deerfield Beach – acredita que o que traria impacto de fato ao governo americano, no que diz respeito à situação dos imigrantes, é “mexer no bolso” a longo prazo.

Farley defende que tanto os legais quanto os indocumentados deveriam se manter movilizados por longo tempo. Ele sugere que todos apresentem declarações de imposto de renda num ano e que no outro nenhum imigrante o faça. Segundo explicou ao GAZETA, assim o governo saberia o real impacto dos estrangeiros na economia dos EUA.

?Menos radical, Christina Pinto também não apoiou o “Dia Sem Imigrantes”. A personal trainer, que vive em Fort Lauderdale. “As pessoas para quem trabalho tem um respeito enorme por mim. Algumas são americanas e não tem que pagar o pato por mim; não é justo para elas. Isso sem falar no dinheiro que vou perder”, argumentou.

Além disso, a brasileira também destacou que a escola dos filhos dela não aceitaria esse argumento como justificativa para a ausência deles. “E mentir eu não vou. Aprendi a caminhar aqui ou em qualquer lugar do mundo confiando em Deus. Acho que orar, ser um bom cidadão, pagar as contas e os impostos - coisa que muito ilegal não faz achando que não é obrigado a fazer – é muito mais eficiente. “Sabe exigir, mas não quer dividir as obrigações de qualquer cidadão que vive aqui? Tá fazendo o que aqui então?”, questiona sobre a postura de indocumentados que aderiram ao movimento.