Dietas Mirabolantes.

Por Gazeta Admininstrator

Encontrar alguém satisfeito com o próprio peso é algo como encontrar uma agulha em um palheiro. Os fanáticos por dieta podem ser lindos, perfeitos, sensuais, enfim tudo de bom, mas sempre falta, ou melhor, sobra alguma coisa. Por causa disso, inúmeras pessoas, de todas as idades, caem na tentação de entrar em dietas mirabolantes, sem nenhum fundamento nutricional ou científico mas que, aparentemente, causam algum efeito psicológico, uma sensação de estar fazendo algo de bom pela própria estética, só que não necessariamente pela saúde.

Quem nunca ouviu falar naquela dieta “infalível”, da lua, do bacaxi, do carboidrato, das proteínas e até do chocolate! Mas, de acordo com especialistas, qualquer dieta que ofereça perda rápida de peso sem um devido acompanhamento nutricional e de atividade física, não tem chances de oferecer bons resultados em termos estéticos e de saúde.

O mestre em Educação física César Augusto Calembro Marra alerta, por exemplo, que existe uma diferença fundamental entre emagrecer e perder peso. Segundo ele, a dieta sem atividade física orientada proporciona a perda de massa magra (músculos) e de água, quando na verdade, o objetivo de quem faz dieta, evidentemente, é perder gordura.

Para emgracer com eficiência, explica ele, o corpo deve ter um porte calórico diário menor. “Quando a pessoa ingere mais calorias do que gastou por dia, esse excesso de calorias é transformado em gordura.”, explica. Em outras palavras, comer menos calorias e fazer exercícios continua sendo a melhor receita para perder peso com saúde e de forma duradoura.

A brasileira Daysi Balbi fez dieta a vida inteira. Experimentou de tudo um pouco e, naturalmente, passou pela etapa das dietas exóticas. Com 17 anos, conta, comeu só cenoura e alface durante uma semana. “Fiquei amarela, desmaiei e fui parar em uma clínica onde me reacordaram e tive que tomar soro”, lembra Daysi que hoje acha graça das aventuras gastronômicas da adolescência.

Mas nem tudo foi engraçado no esforço de anos que Balbi fez para atingir o peso ideal. Ela chegou a ter problemas sérios de saúde. “Tive que operar a vesícula porque durante uma temporada eu comia só tomate. Aqui nos EUA tive cálculo renal e operei. Tudo isso como resultado dessas dietas”, reconhece.

Hoje, vestindo manequim 42 (tamanho brasileiro), e depois de enfrentar lipo e plástica, ela diz que abriu mão das dietas. “Como o que tenho vontade, mas de maneira equilibrada. O problema é que o gordo, em geral come com gula”, avalia.

A preocupação com a forma não é um privilégio feminino. Cada vez mais os homens gastam mais dinheiro e dedicam mais tempo a cuidar do corpo. O cabeleireiro Marinô Franco conta que faz dieta quando sente que precisa desintoxicar o organismo. Ele opta por eliminar todos os carboidratos do cardápio. “Corto todo o carboidrato. É uma dieta que meu nutricionista me deu há muito tempo quando morava no Brasil, para quando quiser fazer uma desintoxicação alimentar. O carboidrato é açúcar e retém líquido. As pessoas pensam que é só o sal que retém líquido, mas ambos incham o corpo”, diz Marinô que toma todos os dias, em jejum, um chá quente sem açúcar. “Em um mês perco de 15 a 20 libras. Isso é milagroso. Perco líquido excesisvo e desintoxico o organismo ao mesmo tempo”, conta.

Café da manhã com bacon e batata frita, refrigerante a toda hora, comida enlatada, sanduíches com maionese, frituras em geral, tudo isso que faz parte do cardápio norte-americano, ajudou a tornar a vida da brasileira Débora Cepinho bem mais “pesada”nos EUA. “Engordei muito quando cheguei aqui porque comia muita porcaria”, conta ela.

Para voltar à forma brasileira, ela confessa que fez todas as dietas loucas que pôde. A mais radical delas era líquida. “Queria emagrecer, fechava a boca e nada. Comecei a ficar uma semana inteira comendo praticamente nada e tomando leite o dia inteiro, e nem assim consegui emagrecer”, lembra ela que misturava o leite com água para não correr o risco de engordar. “Era só essa a minha alimentação durante a semana. No final de semana comia um pouco. Assim perdi 10 pounds após cinco meses. Ficava meio desanimada e tonta, mas como tenho labirintite achava que era por isso”, explica.

Débora conta que tomou também remédio para cortar a ansiedade, que a deixou mais tranqüila, mas não deu grandes resultados em matéria de peso. Não satisfeita, ela tentou também a dieta do abacaxi. “Essa fiz no ano passado. Toda vez que tinha vontade de comer, comia abacaxi, e na hora das refeições não tinha fome. Mas depois de alguns meses emagreci apenas 3 pounds”, lamenta.

Embora se confesse uma preguiçosa de primeira, ela sente-se satisfeita com o peso depois de cortar quase totalmente doces, sorvetes e refrigerantes do cardápio. “Agora minha comida é controlada, só porções pequenas. Antes pegava uma barra de chocolate e quando acabava abria outra. Agora como uns quadradinhos e tiro de perto”, brinca.

De acordo com especialistas, o método adotado por Débora aproxima-se da alimentação ideal. A refeição perfeita, explicam os especialistas, tem entre 50% e 60% de carboidrato (massas, pães, arroz), 30% de gorduras e entre 10% e 15% de proteínas (carnes, frango, peixe). Coma frutas e verduras à vontade. A dieta tipicamente brasileira que inclui, arroz, feijão, legumes e carne é, portanto uma excelente combinação nutricional.

Para os adolescentes, uma boa dica é tomar pelo menos quatro copos de leite por dia, ou substituí-los por iorgurte ou queijo, já que o cálcio é fundamental para o crescimento dos jovens. Outra dica é tomar sucos de frutas como laranja, abacaxi e acerola, ricos em vitamina C, que ajuda a fixar o ferro e combater a anemia.

Para quem deseja emagrecer, vale mais uma vez lembrar que a beleza implica saúde e bem-estar. A reeducação alimentar orientada por nutricionistas ou por programas monitorados por especialistas, são as maneiras de manter a silhueta bonita e a mente sã.