A presidente Dilma Rousseff, candidata do PT à reeleição, em entrevista ao “Bom dia Brasil”, afirmou que a política econômica atual está na “defensiva” por causa da crise financeira internacional e que qualquer mudança dependerá de uma melhora na economia dos Estados Unidos.
“A gente tem de ver como que evolui a crise (...) Os Estados Unidos evoluindo bem, eu acho que o Brasil pode entrar numa outra fase, que precise de menos estímulos. Pode ficar entregue à dinâmica natural da economia e pode, perfeitamente, passar por uma retomada”, afirmou a presidente.
Segundo a presidente, apenas com a recuperação econômica de outros países será possível adotar, no Brasil, uma política econômica “ofensiva”. “Estamos numa situação em que o Brasil está na defensiva em relação à crise internacional. Protegendo emprego, salário e investimento. Essas três variáveis. Por quê? Porque vamos apostar numa retomada. Na retomada você muda a política econômica de defensiva para ofensiva”
Questionada sobre o fato de o Brasil estar crescendo menos que outros países da América Latina, como o Chile e a Colômbia, Dilma respondeu dizendo que alguns países vizinhos estão “em situação difícil”.
Banco Central Na entrevista, Dilma criticou a proposta da candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, de dar independência ao Banco Central. Segundo ela, isso significaria criar um “quarto poder” no Brasil. Segundo o presidente, o BC no Brasil tem o papel de perseguir “única e exclusivamente controle de inflação”.
Miriam Leitão destacou que esse controle não tem sido eficiente, já que a inflação hoje está perto de ultrapassar o teto da meta. “O seu Banco Central não tem conseguido (controlar a inflação)”, disse. “Nem eles (Estados Unidos)”, respondeu Dilma. A jornalista questionou a afirmação explicando que os EUA estão com inflação de menos de 2%”. A presidente respondeu que a “deflação” é também “preocupante”. Miriam Leitão ressaltou que não se trata de “deflação”, já que os Estados Unidos não estão vivenciando inflação negativa, mas sim inflação em torno de 2%.
Dilma ponderou que todos os países têm dificuldade em alcançar o centro das metas de controle de preços. “Hoje, no mundo, ninguém está conseguindo cumprir todas as metas no ponto. Oscila. Lá também oscila”, afirmou. Fonte: G1.