Diminuem infecções por bactéria carnívora na FL, mas casos da doença ainda assustam

Por Arlaine Castro

Água e areia O Departamento de Saúde alerta ainda que não é somente nas águas quentes que há o risco desse tipo de bactéria - ela também cria colônias nas areias das praias. Segundo o DOH, a bactéria é inofensiva até que tenha contato com qualquer ferida aberta que permite sua entrada no organismo humano. Por isso, o departamento diz que não testa especificamente as praias para a vibrio vulnificus, somente a pessoa infectada. "Não testamos bactérias conhecidas por causarem infecções porque elas são muito comuns", cita o órgão, que reforça a recomendação de que qualquer pessoa que esteja com alguma ferida aberta deve evitar ter contato com areia ou água da praia, piscina ou banheira. "As pessoas não 'pegam' fascite necrotizante, é uma complicação ou sintoma de infecção bacteriana que não foi tratada de forma adequada e rápida", salienta o departamento de saúde. Apesar dos casos, o órgão relata que não foi contatado diretamente por nenhuma das pessoas ou familiares dos casos recentes de infecções e que a falta de contato torna difícil a investigação das circunstâncias e dos locais envolvidos. Cuidados e prevenção Dada a crescente preocupação e casos da doença, o departamento de saúde lançou a campanha "Swim it, Shore it, Dodge it", onde informa aos banhistas dicas de como curtir as praias de forma segura, como: - Evite andar, sentar ou nadar nas praias se estiver com machucado ou ferida aberta; - Limpe e trate adequadamente a ferida após exposição acidental com água ou areia; - Procure tratamento médico imediatamente em sinal de infecção, como febre, dor e inchaço; - Comunique ao médico a exposição da ferida aberta às águas da área, piscinas ou banheiras. [caption id="attachment_186423" align="alignleft" width="300"] A adolescente Kylei Brown, de 12 anos, precisou de cirurgia na perna. Imagem: Michelle Brown.[/caption] Sintomas e tratamento Segundo o departamento de saúde, geralmente, até três dias após o contato, os primeiros sintomas são vermelhidão e inchaço no local da ferida, seguidos de febre e dor, seguidos de calafrios, bolhas, lesões na pele, dor intensa e pressão arterial baixa. Se não for tratada dentro de dois ou três dias, a morte acontece de forma rápida. A maioria dos casos exige cirurgia para a retirada do tecido infectado, acompanhado de fortes antibióticos. Condados O condado de Hillsborough lidera o número de casos, com 29 relatos e 9 mortes desde 2008, quando o estado começou a rastrear a doença. Logo depois, em sequência, são os condados de: Escambia: 23 casos, 5 mortes Brevard: 21 casos, 9 mortes Lee: 21 casos, 8 mortes Pinellas: 19 casos, 7 mortes Broward: 17 casos, 6 mortes. Mesmo com o tratamento, a fascite necrosante tira a vida de uma em cada três pessoas que a desenvolvem, apontam os Centros para Controle e Prevenção de Doenças. Pode levar à sepse, choque e falência de órgãos, de acordo com o CDC. Porém, a maioria das pessoas que perde a vida pela doença geralmente possui outros problemas de saúde, como diabetes, doenças renais ou câncer. Cerca de 700 a 1.200 casos de fascite necrotizante são relatados a cada ano nos Estados Unidos, informa o CDC.