Diretor de filme anti-islã diz que não se arrepende

Por Gazeta News

Nakoula Basseley Nakoula's home by Los Angeles County Sheriff's officers in Cerritos, California

Nakoula Basseley Nakoula, o autor do vídeo de sátira ao islã, que foi apontado como estopim de uma onda de protestos anti-EUA em países muçulmanos, em setembro, disse que não se arrepende do filme. Cristão copta nascido no Egito e que mora na Califórnia, Nakoula afirmou, em entrevista publicada no dia 26 pelo jornal “New York Times”, que queria levar à tona “a verdade” sobre Maomé.

O filme, intitulado “The Inocence of the Muslims”, teve o trailer, de 14 minutos de duração, publicado no site YouTube. Nele, o profeta Maomé aparece como mulherengo e ambicioso, enquanto o islã é retratado como violento. Os protestos, detonados em 11 de setembro, atingiram representações diplomáticas dos EUA em diversos países muçulmanos, provocando mortes.

“Eu pensei, antes de escrever o roteiro”, disse ao “NYT”, “que eu me incendiaria em praça pública para fazer com que o povo americano e o mundo conhecessem a mensagem em que acredito”.

Na reportagem, o jornal afirma que os relatos das mais de 12 pessoas que trabalharam no filme, além de autoridades da igreja e da polícia, indicam que, ao produzi-lo, Nakoula, 55, era um homem “financeiramente em desespero”. Parte dos contratados, afirma o “NYT”, foram enganados e acreditavam estar participando da filmagem de uma obra chamada “Desert Warriors” (“Guerreiros do Deserto”).

Pelo menos uma atriz move um processo contra o diretor. O cinegrafista foi condenado a um ano de prisão, no começo de novembro, por violar os termos da liberdade condicional que lhe foi concedida em 2009, sobre uma condenação por fraude bancária. Ele teria infringido a regra ao usar um documento falso e mentir para seu agente de condicional.

Os trabalhos para o filme, então chamado “O Primeiro Terrorista”, teriam começado em 2008. Depois de fazer cinco versões para roteiro, ele teria arrecadado $80 mil dólares, aparentemente,  por meio da família egípcia da sua segunda ex-mulher e de doações de outros coptas. As filmagens teriam levado 15 dias. A versão completa do filme duraria uma hora e 40 minutos.

Nakoula respondeu às perguntas do jornal por meio de uma carta enviada por seu advogado. Um pedido para entrevistá-lo pessoalmente foi negado pelas autoridades.