Discuro de Greenspan indica que juros continuarão a subir

Por Gazeta Admininstrator

O presidente do Fed (Federal Reserve, banco central americano), Alan Greenspan, disse nesta quarta-feira que o banco deve continuar a apertar a política monetária nos Estados Unidos, o que sugere que a elevação dos juros nos Estados Unidos deve continuar.
"Manter o crescimento sustentado e a inflação baixa vai requerer que o Fed continue a remover a acomodação monetária", disse Greenspan em depoimento no Congresso dos Estados Unidos.

Mas Greenspan alertou para fatores que podem pôr em risco o crescimento, como aumento dos custos de salário, dos preços de energia e da habitação nos EUA.

As bolsas caíram na Europa e nos Estados Unidos poucos minutos depois das declarações de Greenspan.

Também caíram as cotações e subiu o risco dos papéis de dívida dos países emergentes, inclusive do Brasil.

Imóveis

Greenspan repetiu que o Fed vai continua sua "acomodação de política ... em um ritmo que provavelmente será comedido".

Analistas de mercado interpretaram isso como um sinal de que os juros devem subir para cerca de 4% no fim do ano, nos Estados Unidos.

Isso pode não ser o suficiente para desaquecer o mercado imobiliário se os juros de longo prazo continuarem baixos, apesar dos recentes aumentos determinados pelo Fed.

Os juros básicos fixados pelo Fed subiram de 1% para 3% no último ano nos Estados Unidos.

Em suas últimas previsões, o Fed estima que a economia americana vai crescer 3,5% neste ano, comparado a uma previsão de expansão entre 3,75% e 4% feita em fevereiro.

Greenspan disse que os Estados Unidos tinham deixado para trás uma leve desaceleração no trimestre passado.

Naquele período, aumento dos preços do petróleo e leve queda na atividade empresarial sufocaram pressões inflacionárias.

O presidente do Fed chamou a atenção para temores de uma bolha de preços no mercado imobiliário americano e as possíveis conseqüências disso para a economia.

Juros extremamente baixos ajudaram a promover um aquecimento dos preços dos imóveis nos EUA, na medida em que proprietários de imóveis refinanciaram suas propriedades para financiar gastos de consumo ou reformas.

"O aumento sugnificativo de aquisições de imóveis para investimento desde 2001 parece ter provocado febre especulativa em alguns mercados regionais", disse Greenspan ao Congresso.