Do que é feito um fim?

Por Roberta Dalbuquerque

[caption id="attachment_193680" align="alignleft" width="421"] E viva o champanhe, que ninguém é de ferro.[/caption] Como saber se o que acaba já não é mais? Se quando se sabe acabado já não se sabe de nada do que era. E menos ainda do que é? Do que será então… Mas é só um dia depois do outro, uma data no calendário. Mais ou menos. Vê-se obrigado a abandonar o que partiu por desejo próprio e assim, meio sem perspectiva de freio – que seja o ano, a data do calendário, uma amizade, um estado das coisas – é, para mim, de um desalento, que nossa! E não é que esse ano tenha sido assim, "perfeito, sem defeitos" como gostam de repetir os pacientes novinhos. Não mesmo. Foi um ano, no mínimo, longo. Mas eu o conhecia, sabia lidar com ele, fingia entender os seus caminhos. Estava à vontade. E agora? É um mundo novo, cheio de possibilidades, vocês dirão. E no mais não se puxa o freio de ninguém, somos livres e gritamos o valor dessa liberdade por aí, não é? É. Mas que efeito tem um fim? O efeito imediato é de bolha de champanhe para alguns e barulho de fogos para outros. E há quem deteste barulho. Aliás, viva Curitiba! E viva o champanhe, que ninguém é de ferro. Não tem freio minha gente, acabou. Podem mandar as possibilidades. Feliz ano novo!