Em Salvador, médicos estão diante de uma nova e misteriosa doença, chamada até agora de 'Urina Preta', e que já vitimou 52 pessoas, matando ao menos duas. Em comum, os pacientes chegam ao hospital com fortes dores, mas ainda não se sabe se causadas por um vírus, uma bactéria ou uma intoxicação.
Dentre os principais sintomas estão dores musculares extremas, além de insuficiência renal e urina de cor preta. Segundo o que infectologista Antônio Bandeira disse ao G1, é como se o indivíduo "tivesse feito uma maratona em poucos segundos".
"É uma lesão muscular aguda, então a quantidade de mioglobina que está dentro do músculo acaba saindo e vai para a urina. Ela acaba dando essa cor de Coca-Cola. Esse pigmento também tem uma ação nefrotóxica (tóxica para os rins)", disse.
A Secretaria de Estado da Saúde da Bahia informou que até agora foram 52 casos da doença registrados com duas mortes confirmadas. Um homem que apresentava os sintomas faleceu no dia 31 de dezembro, no município de Vera Cruz.
A concentração dos casos se dá na região metropolitana de Salvador. Além da morte em Vera Cruz, outro caso foi notificado em Lauro de Freitas, e 50 ocorreram na capital baiana. Os registros foram contabilizados de 14 de dezembro a 5 de janeiro deste ano.
Para aprofundar as investigações sobre a 'Urina Preta', amostras de fezes de nove pacientes foram encaminhadas para o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), no Rio de Janeiro. O órgão é referência na análise de amostras para identificar novas doenças. Não há um prazo para a entrega do laudo.
Entretanto, as investigações caminham também em outra direção: há a suspeita sobre peixes consumidos na região. Neste caso, amostras consumidas por pessoas acometidas pela doença foram encaminhadas para o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, e para um laboratório dos Estados Unidos.
Com pouca informação, o tratamento até aqui tem sido feito na base de hidratação e analgésico. A melhora nos sintomas varia de três dias até uma semana.