Dólar a R$ 3 é o ideal, diz Roberto Rodrigues

Por Gazeta Admininstrator

O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, disse, em palestra na Cúpula Brasil da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, em Nova York, que, em função do câmbio, muitos produtos brasileiros estão perdendo competitividade no mercado internacional.
“Os produtores de carne estão reclamando de que não têm como competir com essa taxa de câmbio”, afirmou o ministro.

“Os setores de açúcar, laranja, soja ainda estão eficientes”, afirmou o ministro. “Esperamos que as coisas melhores daqui em diante.”

Perguntado sobre o que o governo poderia fazer para remediar a situação do câmbio, Rodrigues disse que “o governo já tem feito o que pode”. Mas ele acrescentou que a taxa de câmbio ideal para o setor agrícola seria a de R$ 3 por dólar. Nesta segunda-feira, a moeda americana está cotada a R$ 2,61.

Seca

Rodrigues também disse que a seca do Rio Grande do Sul, considerada a pior dos últimos 40 anos, provocou uma quebra superior a 80% nas safras de soja e milho.

De acordo com o ministro, isso obrigou o governo a rever e repactuar seus contratos de financiamento para os produtores, que não conseguiam pagar os empréstimos.

“O governo está criando mecanismos de alongamento de dívida para o setor”, afirmou. Segundo o ministro, a seca reduziu de 131 milhões de toneladas para 120 milhões de toneladas a previsão da safra de grãos deste ano.

Banco Central

No mesmo evento, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse em sua palestra que o crescimemto da economia brasileira em 2004 decorreu muito mais da demanda interna do que do crescimento das exportações.

Perguntado sobre a recente alta da inflação, apesar da subida dos juros, Meirelles argumentou que ano a ano a inflação tem caído “de forma consistente”. Ele acrescentou que o sistema de metas de inflação é o mais adequado para o país.

O presidente do Banco Central afirmou também que mesmo que o cenário internacional se deteriore “desta vez o Brasil estaria muito menor vulnerável do que no passado para enfrentar a aversão ao risco”.

O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, também participa da Cúpula Brasil, que reúne em Nova York investidores e empresários e executivos interessados em negócios com o país.