Dólar acumula queda e especialista prevê moeda abaixo dos R$ 3,10

Por Gazeta News

[caption id="attachment_107420" align="alignleft" width="211"] Dólar recua e deve permanecer na casa dos R$3,15, dizem especialistas.[/caption]

Após fechar em maior queda nos dias anteriores, o dólar teve uma leve alta ante o real nesta sexta-feira, 21, terminando o dia cotado em R$ 3,16, e especialistas dizem que a moeda não deve sair muito desse patamar.

A cotação do dólar tem caído nos últimos dias com a proximidade do fim do prazo da regularização de ativos no exterior, também conhecida como repatriação. Até o dia 31, os brasileiros que mantêm legalmente bens e direitos no exterior podem declarar o patrimônio à Receita Federal pagando 15% de Imposto de Renda e 15% de multa, em troca da anistia de crime de evasão de divisas. A medida está provocando a entrada de recursos no país, pressionando para baixo a cotação do dólar.

O dólar também caiu depois da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de reduzir a taxa Selic (juros básicos da economia) pela primeira vez em quatro anos.

Tradicionalmente, a queda dos juros diminui a entrada de capitais externos, mas o fato de o Brasil continuar a ter as maiores taxas de juros reais do mundo, ao descontar a inflação dos juros, impulsiona o ingresso de investimentos estrangeiros no país.

Na quarta-feira, 19, a Receita Federal informou já ter recebido cerca de R$ 18,6 bilhões em impostos e multas, com cerca de 9,2 mil declarações. Segundo o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o total de arrecadação com o programa de regularização deve chegar a R$ 80 bilhões.

Na véspera, o dólar caiu 0,95%, chegando a R$ 3,139. Foi o menor valor desde agosto, quando, no dia 10, a moeda terminou o dia vendida a R$ 3,1322. Na semana e no mês, o dólar acumulou queda de 2,04% e 3,47%, respectivamente. No ano, há desvalorização de 20,49%.

De acordo com o especialista Evandro Buccini, da Rio Bravo Investimentos, esse resto de ano será um período de estabilidade, onde a moeda não deve sair do patamar atual entre R$3,15 e R$3,30. E caso o ajuste fiscal continue tomando forma, junto com uma política mais lenta do Federal Reserve em elevar os juros nos EUA, o dólar teria espaço para voltar finalmente ao patamar de R$3,00, mas sem cair muito mais do que isso.

Fonte: Infomoney