Dólar bate R$ 3,37 com espera pela prisão de Lula

Por Arlaine Castro

O dólar opera em alta frente ao real nesta sexta-feira, 6, e alcançou R$ 3,37 com os mercados atentos aos desdobramentos dadeterminação do juiz Sérgio Moro de prender o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.A defesa de Lula pediu na noite de quinta-feira, 5, novo habeas corpus ao Superior Tribunal de Justiça (STJ)para evitar a prisão, que deve ser efetivada até as 17h desta sexta. O dólar subiu 0,98% e acompanha também as novas ameaças de tarifas do presidente Donald Trump contra a China. Na véspera, ogoverno dos EUA anunciou que estuda impor US$ 100 bilhões em tarifas sobre a China, adicionais aos US$ 50 bilhões já anunciados a centenas de produtos chineses após retaliação de Pequim. O mercado reage ainda aos números do relatório de empregos dos Estados Unidos, que mostra criação de 103 mil vagas, abaixo das expectativas de 178 mil novos postos de trabalho. Sem grande tração da atividade, o aperto monetário no país ainda tende a ser gradual, o que inibe a alta do dólar. Por outro lado, podem ser vistos sinais de inflação no mercado de trabalho, que abre espaço para o Federal Reserve (Fed, banco central americano) continuar com seus planos de altas de juros. O ganho médio da renda salarial subiu 2,7% em 12 meses até março, acima dos 2,6% no acumulado no mês anterior. De acordo com o Valor On Line, a postura mais defensiva do mercado prevalece, diante da percepção de que o cenário eleitoral a partir de agora trará mais preocupação do que alento. Algumas análises indicam que, com Lula preso ou não, o próximo foco de preocupação do mercado seria o vigor - ou falta de - de candidaturas de centro-direita. “Mais fundamentalmente, quando a poeira baixar, investidores provavelmente vão se concentrar mais no fato de que os candidatos pró-mercado ainda patinam nas pesquisas”, diz em nota Edward Glossop, economista para a América Latina da Capital Economics. Segundo ele, o resultado disso é que a perspectiva para a reforma fiscal parece “sombria”. Com informações do Valor Econômico e G1.