Dono da Telexfree nos EUA assume crimes e poderá pegar dez anos de prisão

Por Gazeta News

james-merril-telexfree300x200
[caption id="attachment_129039" align="alignleft" width="300"] James Matthew Merrill fechou acordo com a justiça de Boston e pode pegar até 10 anos de cadeia.[/caption]

Um dos donos da Telexfree, o norte-americano James Matthew Merrill, 55, declarou-se culpado em nove acusações de crimes de fraude e conspiração, na última segunda-feira, 24, em uma corte de Massachusetts, nos Estados Unidos.

Merrill fechou um acordo com a Promotoria de Boston, que investiga um esquema de pirâmide financeira envolvendo a empresa nos Estados Unidos e poderá pegar até dez anos de prisão.

Ele também terá de devolver cerca de $140 milhões em bens, que incluem imóveis, carros de luxo e barcos. Também foi arquivada uma acusação de lavagem de dinheiro como parte do acordo, segundo o "The Wall Street Journal".

O acordo ainda precisa ser homologado pela Justiça norte-americana. Em 2 de fevereiro deve ser realizada a audiência na qual os termos do acordo podem ser aceitos, ou não, pelo juiz responsável pelo caso.

"James Merrill está finalmente enfrentando a justiça por seu papel em fraudar mais de $3 bilhões de investidores inocentes", afirmou o investigador da Segurança Nacional em Boston, Matthew Etre.

O "The Wall Street Journal" disse que procurou o advogado de James Merrill nos Estados Unidos, mas não obteve retorno.

O norte-americano chegou a ficar preso por pouco mais de um mês, em 2014, mas foi liberado e passou para o regime de prisão domiciliar.

O brasileiro Carlos Wanzeler, também um dos fundadores da Telexfree, é considerado foragido nos EUA. Ele morava em Massachusetts, mas viajou para o Brasil dias antes de ser expedida a ordem de prisão contra os donos da empresa, em 2014.

No Brasil, Wanzeler, que tem residência no Espírito Santo, pode se beneficiar pela Constituição do país, que impede a extradição de brasileiros para o exterior.

A Telexfree foi formalmente acusada nos EUA de atuar sob um esquema de pirâmide financeira, com foco em imigrantes brasileiros e dominicanos, e teve seus bens bloqueados.

Pirâmide no Brasil

A Telexfree começou a atuar no Brasil em março de 2012, vendendo planos de minutos de telefonia pela internet (VoIP), serviço semelhante ao Skype. No país inteiro, estima-se que cerca de 1 milhão de pessoas tenham investido suas economias na empresa.

A empresa foi proibida de operar no final de junho de 2013, a pedido do Ministério Público do Estado do Acre (MPAC). Em setembro de 2015, a Justiça do Acre considerou-a culpada de praticar pirâmide financeira e condenou a empresa a pagar R$ 3 milhões de indenização por danos morais coletivos, além de devolver o dinheiro investido pelos chamados divulgadores.

Leia mais sobre o caso aqui.

Fonte: The Wall Street Journal e UOL