Visita de Dilma a São Francisco: brasileiro diz que governo lhe deve US$100 mil por serviço de transporte

Por Marisa Arruda Barbosa

Eduardo Marciano, à esquerda, com a sua equipe e a presidente Dilma Rousseff, que visitou São Francisco no fim de sua visita aos Estados Unidos.
[caption id="attachment_91655" align="alignleft" width="300"] Eduardo Marciano, à esquerda, com a sua equipe e a presidente Dilma Rousseff, que visitou São Francisco no fim de sua visita aos Estados Unidos.[/caption]

O que parecia uma grande oportunidade para a companhia de transportes de Eduardo Marciano se tornou uma grande dor de cabeça. Há dois meses, a companhia de Eduardo, NS Highfly Limousine, foi contratada para transportar a comitiva da presidente Dilma Rouseff, quando passou por São Francisco, mas até hoje nem ele e nem os motoristas que ele subcontratou receberam pelo serviço, que chaga a quase $100 mil dólares.

“Geralmente, quando trabalhamos, recebemos adiantado através do cartão de crédito do cliente. Mas com o governo brasileiro a coisa é diferente. Você presta o serviço, envia a nota fiscal detalhada ao consulado brasileiro (de São Francisco), que repassa ao Itamaraty, que efetua o pagamento. Mas já faz praticamente dois meses e não recebemos nenhuma posição até o momento”, disse Eduardo.

Embora a presidente brasileira tenha passado apenas um dia em São Francisco no final da viagem aos Estados Unidos, na qual passou por Nova York e Washington, o trabalho de Eduardo e seus funcionários começou dias antes. Ele precisou contratar pessoal extra, alugar carros de outras empresas e ainda deixou de pegar outros trabalhos para esse serviço à comitiva presidencial.

“Do dia 16 de junho a 2 de julho de 2015, quase 30 pessoas trabalharam nessa operação, entre motoristas, telefonistas e secretária para atender esse grande serviço realizado. Foram usados 25 veículos ao todo nesse período: dois ônibus para transportar o pessoal da imprensa, um caminhão baú para transportar toda a bagagem, três vans para transportar os ministros e outras autoridades da presidência e limusines para transportar a filha da presidente, chefes da secretaria, policias federais, membros do exército e da marinha do Brasil para fazer a escolta da presidente, embaixador, conselheiros e secretários do Itamaraty”, disse. “Só não transportamos a presidente Dilma, que usou o carro do governo americano com seu próprio motorista”.

Quando Eduardo procura o Consulado-Geral do Brasil em São Francisco é informado que o Itamaraty ainda não efetuou o pagamento. “Os funcionários do consulado me tratam bem e dizem que não está no poder deles me pagar, e eu entendo”, disse Eduardo. “Mas tento encontrar o responsável diretamente no Itamaraty e não consigo”.

A última explicação que Eduardo ouviu do Consulado é que o dinheiro já chegou, mas só pode ser entregue depois que o Itamaraty autorizar.

Eduardo conta que está passando uma grande dor de cabeça, com motoristas cobrando pelo pagamento o tempo todo. “Eu já não sei o que fazer. Estão todos revoltados”, disse.

“Em meu ramo, você não escolhe o cliente. O meu trabalho é ficar à disposição e prestar o serviço de transporte”, explicou o brasileiro, natural de Cruzeiro, em São Paulo e que tem a companhia há 10 anos. “Eu fiz a minha parte, mas eles não cumpriram com a obrigação deles”.

O GAZETA tentou contato com o Consulado-Geral do Brasil em São Francisco e o Itamaraty e ainda não obteve retorno.