Dores da alma

Por Samantha Di Khali

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Nunca foi tão difícil transformar sentimentos em palavras, até porque as dores da alma não são algo fácil de expressar. Toda e qualquer forma de racismo é um assunto extremamente delicado. Estamos vivendo uma era onde pessoas utilizam a internet para se esconderem e fazerem as mais tristes manifestações e xingamentos. Estive conversando com uma mulher muito poderosak, em todos os sentidos, que eu chamo de Diva, pois ela é uma das lutadoras por um mundo com igualdade social e principalmente racial. Estou falando de Eliane Dias, conhecida como a primeira dama do Rap Brasileiro por ser a esposa do Rapper Mano Brown e empresária dos Racionais MC’s. Mas ela vai muito além. Ela é também a coordenadora do SOS Racismo, na Assembléia Legislativa do estado de São Paulo . Em uma conversa muito agradável falamos sobre racismo, tema que já deveria ter tido progressos, mas infelizmente não é isso que está acontecendo no mundo. O Brasil está engatinhando nesse assunto como fala Eliane Dias. “O racismo é muito contundente no Brasil. Impede a porta de entrada para trabalhos bons para pessoas negras”, afirma. “O racismo é institucional. Além disso, toda pessoa que passa por racismo fica com marcas profundas sua auto estima, vai ao chão. Vários relatos foram apresentados de pessoas que sofrem racismo o tempo todo e as leis parecem lindas contra o racismo, mas infelizmente não funcionam, porque por mais que se fale em penas para quem comete o racismo elas na realidade não são aplicadas, segundo a coordenadora do SOS racismo. Quem comete o Racismo não sente nada. Mas infelizmente não sente, fazem gestos e dizem palavras ofensivas sem sentir absolutamente nada, mas para quem sofre esse tipo de situação a coisa é bem mais dolorosa, deixando muitas vezes a pessoa sem vontade de seguir em frente e continuar suas conquistas”, destaca. Em toda nossa conversa pude perceber como precisamos mudar de postura, porque a cada dia a vida pede essas mudanças, e infelizmente estamos tão preocupados com nosso próprio umbigo que esquecemos de que o racismo existe e é muito gritante. Não está na hora de começarmos a tentar mudar isso de uma forma radical? Afinal somos todos humanos independente de raça ou crença, de dinheiro ou cultura, precisamos ser mais humanos no sentido pleno da palavra, eu sei que você e eu podemos fazer isso. Eu me senti envergonhada ao entrevistá-la, pois vi que tem muita coisa além do meu quintal.