E a luta continua

Por Ivani Manzo

Dia 8 de março, na semana passada, comemoramos o Dia Internacional da Mulher. Esse dia ainda é carregado de futuro, carregado de espaços a serem conquistados, de direitos ainda negados, de respeito que ainda falta. A minha área de atuação é a saúde e nessa área ainda falta muito também. Vivemos um momento que o mundo de homens e mulheres continua obeso, mas parece que os homens não estão tão ligados na beleza física como as mulheres. O que quero dizer é que as mulheres se submetem a situações e procedimentos que muitas vezes coloca a vida em risco. Me questiono qual seria o verdadeiro motivo. Será mesmo que as mulheres acham lindo um bumbum enorme, seios enormes e falsos, coxas com a musculatura suuuper trabalhada? E todas iguais? Nós brasileiras somos descendentes de tantas etnias diferentes que é impossível termos um padrão de corpo ou de beleza. Mas, todas querem se encaixar no padrão ditado por algumas pessoas. Quando eu era menina a “moda” era seios pequenos e me lembro bem de amigas que tinham verdadeiro horror aos próprios seios que eram grandes. Hoje mudou a moda é seio grande e experimente você encontrar um sutiã sem enchimento! Uma missão quase impossível. E isso se repete para os tops para atividade física. Uma coisa é certa, se só tem isso para vender é porque todas as mulheres estão buscando sutiãs e tops com enchimentos. Buscamos respeito mas ainda somos capazes de usar espartilhos, buscamos igualdade mas quem ainda cuida e se preocupa para não ter filhos são as mulheres, fazemos dietas para sermos escolhidas pelos homens, aceitamos parceiros que não nos respeitam, aceitamos “cantadas” de chefes para não perder o emprego e tantas outras pequenas grandes coisas ainda nos separam da liberdade. Nos submetemos a dietas extremamente danosas para entrarmos em um vestido em uma noite que achamos que será especial sem nem perceber o que estamos fazendo com nosso corpo. Nos privamos de chocolate, doces, massas para não engordar, mas se o companheiro tiver barriguinha é charme. Por que a nossa barriguinha não pode ter charme também? Existem também aquelas mulheres que decidiram se rebelar em relação à ditadura da beleza e da magreza. Mas, ao mesmo tempo elas esqueceram da saúde. Se rebelar e não cuidar do corpo não é a solução. O obeso não pode ser discriminado assim como qualquer cardiopata, hipertenso, diabético. Mas tem que ser tratada como qualquer enfermidade e não imposta como bandeira de luta feminista. Conquistamos muito, mas ainda temos muito a conquistar