E agora?

Relatório elaborado recentemente pelo escritório de Orçamento do Congresso sobre o impacto dos trabalhadores estrangeiros na economia norte-americana mostra que até 2004 o país tinha 21 milhões de trabalhadores estrangeiros. O documento indica que o fluxo de imigrantes será a chave para a dinâmica da força de trabalho nos EUA, que na próxima década crescerá de forma mais lenta do que a taxa anual de 1,5% registrada durante o último meio século.
“A saída da geração dos baby boomers da força laboral poderá projetar uma mudança significativa no papel dos trabalhadores estrangeiros”, observou o estudo, acrescentando que “ao menos que as taxas de fertilidade nativa aumentem, parece que a maioria do crescimento na força de trabalho dos EUA virá da imigração”. O estudo destaca que “cerca de 60% do crescimento populacional projetado virá de novos imigrantes e seus filhos”

O diretor do escritório de Orçamento, responsável pelo estudo, Doublas Holtz-Eakin, disse diante de uma comissão da Câmara de Representantes que “mecanicamente, com a ausência de imigração a economia não vai crescer”.
A remuneração semanal dos trabalhadores estrangeiros em tempo integral é, em média, a metade da paga aos nativos no caso dos homens, e três quintos no caso das mulheres, disse Holtz-Eakin acrescentando que sem os imigrantes muitas empresas teriam que se transferir dos EUA para outros países.
O documento conclui que “as decisões sobre política migratória, em particular quantos imigrantes admitir, o critério de entrada, e como lidar com as admissões não-autorizadas, vão modelar a forma de composição da força de trabalho dos Estados Unidos no futuro”.
Michel Waslin, diretora de Investigação sobre Política Imigratória para o Conselho Nacional de La Raza, uma organização independente que promove os direitos dos hispânicos nos EUA, disse que é necessário gastar menos tempo impondo sanções aos trabalhadores imigrantes e mais tempo ajustando o sistema imigratório, para que os trabalhadores que são necessário entrem legalmente nos EUA.
De acordo com Waslin, “o sistema migratório atual está roto e não permite aos empregadores contratar os trabalhadores legais de que necessitam, além de alimentar a imigração indocumentada e forçar a lei a perseguir os trabalhadores ao invés de consertar o sistema”.