E era uma alegria, era uma esperança, era dança e dança

Por Roberta Dalbuquerque

festa-junina-1520909_1920
Acordamos atrasados para o que muito provavelmente é, para mim, o melhor fim de semana do ano. Café da manhã, banho, tranças, bochechas rosas e o mix de estampas mais despreocupado de qualquer guarda-roupa, foram rapidamente empilhados nas crianças para que pudéssemos chegar a tempo na festa junina da escola. Do momento em que cruzamos o portão até a última dança da tarde (3 horas depois) perdi de vista minhas meninas. Marcamos que o ponto de encontro seria a quadra e que se precisassem, eu estaria lá. Correram para dentro como se a pescaria, a boca do palhaço, o bingo e a maçã do amor esperassem impacientes desde junho passado. Não precisaram. E eu que tinha prometido estar na quadra, lá fiquei. E por ficar, assisti a todas as danças. Foram muitas, foram lindas. Parada no mesmo lugar, pude observar a concentração para a quadrilha, a folia, a ciranda... Tão comovente ver as crianças, das menorzinhas até as maiores, atentas ao chamado dos professores, arrumando os cabelos, as roupinhas, segurando o chapéu um do outro. Até que solta a música. Trinta segundos no esforço de acertar a cadência, os passos, os pares. Trinta segundos para cruzar o primeiro olhar com os pais e, como em um estalar de dedos, relaxar. Tornam-se juntos, ao mesmo tempo, um mar de gente entregue a se entregar. Da arquibancada, fazemos o mesmo. Como que hipnotizados pela sanfona a zabumba e o triângulo, batemos palmas, cantamos, fotografamos, alguns de nós (eu) chegam a chorar assistindo o tempo passar forte, doce, saltitante, sorridente e cheio de ritmo. Parece bobagem, mas não é não.