Adeus, Velho Chico ?

Por Fernando Rebouças

Adeus, Velho Chico?

O rio São Francisco, ou “Velho Chico”, é um dos principais rios  do Brasil, nasce na Serra da Canastra, região do Chapadão da Zagaia, Minas Gerais. Atualmente, essa região não apresenta mais a alta concentração de vegetação que havia há algumas décadas.

Além da diminuição da vegetação local e ribeirinha (mata ciliar), a intensa exploração de recursos hídricos, minerais e vegetais nos últimos 500 anos na bacia do rio São Francisco tem gerado irreparáveis perdas ambientais e sociais na região e na extensão do rio.

Nos últimos anos, tem se aprofundado problemas ambientais como assoreamento, desmatamento, erosão e poluição. No aspecto social, a realidade mais visível é a falta de peixes para os pescadores que largam a profissão e migram para as cidades. O assoreamento do rio e os demais impactos ambientais está relacionado às atividades econômicas nas regiões banhadas pelo  Velho Chico.

O assoreamento ocorre a partir da redução da correnteza e da mata nativa de uma determinada área verde, causa a obstrução da água pela acumulação de sedimentos, areia e detritos dispensados pela natureza, como um tronco, ou pelo homem, por exemplo, uma lata de alumínio.

Em 1972, na região, foi criado o Parque Nacional da Serra da Canastra para a proteção da nascente do rio, situada no município de São Roque. Segundo a história, o rio foi descoberto pelo navegador Américo Vespúcio, em 4 de outubro de 1591.

Na atualidade, o rio continua a sofrer abuso indiscriminado no decorrer de seu leito, além das atividades industriais, principalmente as indústrias de transformação presentes na Grande Belo Horizonte, há uma pressão demográfica presente no Alto São Francisco. Uma das principais fontes de poluição é a agricultura, os projetos de implementação de irrigação, por exemplo, provoca o desmatamento da mata ciliar.

Em 1970, a mata nativa cobria 85% dos 12 milhões de hectares do norte de Minas Gerais. Em 1990, esse número  havia caído para 35%. Anualmente, mais de 400 mil hectares de cerrado são desmatados na bacia, o que provoca um profundo processo de erosão, inserido o solo em estado de voçoroca.