Editorial: Afogamento é a causa número um de morte de crianças menores de 4 anos

Por Arlaine Castro

A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta para 372 mil mortes por afogamento todos os anos no mundo. Segundo o primeiro relatório global sobre afogamento lançado em 2014 em Genebra “Evitando uma das maiores causas de morte”, a asfixia debaixo d’água está entre as 10 principais causas de morte de crianças e jovens em todas as regiões do planeta.

Segundo o órgão da ONU, a maior parte das mortes por afogamento em 2012 (cerca de 90%) está concentrada em países menos desenvolvidos, especialmente na África, no sul da Ásia e nas regiões do Pacífico ocidental.

O Brasil aparece como terceiro país com o maior número de mortes por afogamento, ficando atrás do Japão e da Rússia. Atrás do Brasil estão os Estados Unidos e a Tailândia.

Segundo a OMS, nos Estados Unidos, calcula-se que os afogamentos costeiros custem cerca de $273 milhões de dólares anualmente, em custos diretos e indiretos.

Na maioria dos estudos já divulgados, o maior índice de casos mundiais ocorre entre crianças menores de cinco anos e mais da metade das pessoas que morrem afogadas têm menos de 25 anos.

Para a segurança, entre as recomendações da OMS, estão a instalação de grades para evitar o acesso das crianças à água e, também, ensinar noções básicas de natação a elas. Outro objetivo é ensinar técnicas de salvamento as pessoas que frequentem praias e piscinas.

A ISR (Infant Swimming Resource) é uma organização reconhecida nos EUA, que ensina natação de autosalvamento para crianças de 6 meses a 6 anos. Criado pelo doutor em psicologia norte-americano Harvey Barnett, o Infant SwimResource (ISR) é um método de sobrevivência para crianças em quedas acidentais na água.

A principal missão da ISR é evitar afogamentos em crianças desde os 6 meses até aos 6 anos através da educação dos pais, profissionais da área, médicos e a comunidade sobre a necessidade de prevenção de afogamento e segurança.

Crianças dos 6 aos 12 meses: A técnica ensina o bebê a rodar a partir de uma posição de face para baixo na água para uma posição de flutuar. O bebê vai ser ensinado a descansar e respirar de costas para a água, a boiar, até chegar ajuda.

Crianças a partir 12 meses ou mais: Aprenderão a nadar de bruços com os braços e as pernas (semelhante a um curso livre); rodar sobre as suas costas para flutuar, descansar e respirar quando precisarem de ar e, então, virar para o seu estômago para continuar a nadar até que cheguem a um ponto de segurança. Esta sequência de natação - de nadar-boiar-nadar - pode ser repetida tantas vezes quantas forem necessárias para alcançar a segurança.

Broward County tem maior taxa de afogamento do país De acordo com coordenadora de prevenção de afogamento sênior do Departamento de Saúde da Flórida, Cassie Shanon McGovern, afogamento é a causa número um de morte de crianças menores de 4 anos e Broward County tem uma das maiores quantidades de afogamento do país.

Dados do Broward County Medical Examiners Officce revelam que, em 2016, houve 80 mortes por afogamento de homens, mulheres e crianças apenas no condado de Broward. “Este ano, já perdemos 23 vidas devido ao afogamento, três dessas são crianças com menos de 4 anos”, menciona McGovern.

Enfim, a segurança com crianças em piscinas e praias é fundamental e nada substitui vigiá-las o tempo inteiro quando estão em contato com a água. Um simples minuto de descuido e elas podem entrar sozinhas ou cair e se afogarem.