Editorial: Empreender não é pra qualquer um

Por Arlaine Castro

A vitória de Trump agora repercute pelo mundo. Escritores e pensadores políticos analisam o impacto global do bilionário republicano na Casa Branca.

Nem sempre é fácil mostrar para consumidores e investidores o potencial de um produto ou serviço. Pode ser um trabalho de anos, inclusive. Mas, se você fez um bom estudo de mercado e está preparado para se dedicar muito ao empreendimento, o esforço pode valer a pena.

Exemplos de negócios que deram errado e que deram certo têm aos montes por aí. O principal é saber que a diferença entre o sucesso e o fracasso é a persistência e a “mão na massa”.

Para ter um negócio próprio ou uma franquia é preciso ter persistência, dedicação, envolvimento, espírito empreendedor, capital e identificação com o negócio.

Não há um empreendedor que vá dizer o contrário. Que não tenha passado noites em claro, dormido poucas horas, escutado opiniões contrárias e, mesmo assim, continuado.

Você pode ser um excelente empreendedor, mas nunca vai poder controlar tudo. Antecipar, talvez, mas controlar jamais. O mercado, por exemplo, sofre mudanças o tempo todo e se você não estiver aberto a elas, poderá não sair do lugar.

Quem quer continuar no mercado e estar no topo do ranking de vendas precisa estar atento e em transformação o tempo todo. Ser vendedor é ser também empreendedor. É criar mecanismos diferenciados para vencer a concorrência, fidelizar o cliente e se atualizar constantemente.

Para empreender na área de vendas, principalmente, é preciso estar atento e aproveitar as oportunidades. Não basta força de vontade, mas sim uma série de ações, que vão da preparação e estudo constante ao trabalho duro diário.

Os clientes estão cada vez mais exigentes. Eles querem conhecer a fundo o que irão comprar, e o vendedor se torna a porta de entrada das empresas.

Segundo a pesquisa “Global Entrepreneurship Monitor”, 34 em cada 100 brasileiros adultos (ou seja, com idades entre 18 e 64 anos) possuem uma empresa ou estão envolvidos com a criação de um negócio próprio. Há dez anos eram 23%.

Quase 22 milhões de brasileiros praticam alguma atividade empreendedora, o que representa 17% da população do país.

Metade desse grupo é de novos empreendedores. A outra metade tem mais de três anos e meio de atividade no ramo. Naturalmente o número tem o impacto dos chamados MEI, microempreendedores individuais.

Na comparação internacional, o apetite empreendedor do brasileiro também se destaca. Nossa fatia de habitantes que já têm uma empresa ou que estão envolvidos na criação de uma é maior do que a da China, por exemplo, que é de 26,7%. É maior também que a de todos os países do Brics. Nos Estados Unidos, a fatia é de 20%. No Reino Unido é 17%; na Índia, 10%; e na África do Sul, 9,6%.

Empreender fora do país de origem é um desafio ainda maior, tanto pela língua como pela legislação diferentes. Como os empreendedores brasileiros entrevistados nessa edição disseram, conseguir abrir um negócio no exterior requer paciência e persistência, mas no final vale a pena.

Um tipo de negócio que é bem sucedido em um país pode ser um verdadeiro fracasso em outro. Tudo depende do estilo de consumo local. Então, é preciso pesquisar sobre os hábitos no seu país destino, verificar se as condições do mercado são propícias para receber um novo negócio, se o mercado não está saturado, etc.

Como no Brasil, aqui também há a parte burocrática. A documentação exigida para passar por cada etapa não é pouca.

No final de tudo, o que compensa é saber que está fazendo a coisa certa e, o melhor, trabalhando com o que se gosta – eis a chave de um bom empreendedor.