Eduardo Campos morre em desastre aéreo
Na noite do dia 12, o candidato fez sua última aparição pública, em uma entrevista ao vivo no “Jornal Nacional”, da Rede Globo. Na ocasião, após ser questionado sobre sua vontade de ser presidente, ele disse: “Não se trata de ambição. Trata-se de um direito. Numa democracia, qualquer partido pode lançar um candidato”.
“Tantas pessoas que votaram na Dilma se frustraram. Agora, o que o povo quer é alguém que dê solução a isso”, disse em sua última entrevista. “Eu e Marina (Silva, candidata a vice) entendemos que para dar solução a isso é fundamental um novo caminho. Porque PSDB e PT governam o país há vinte anos. Se a gente quer chegar a um novo lugar, a gente não pode ir pelos mesmos caminhos”.
Acidente De acordo com a Aeronáutica, o jato em que estava Campos saiu do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino ao aeroporto do Guarujá, em São Paulo. Quando se preparava para o pouso, por volta das 10am, o avião arremeteu e caiu em um bairro residencial de Santos.
A Aeronáutica já deu início às investigações para apurar o que pode ter contribuído para o acidente, no qual morreram outras seis pessoas: Alexandre da Silva, fotógrafo; Carlos Augusto Leal Filho (Percol), assessor; Geraldo da Cunha, piloto; Marcos Martins, piloto; Pedro Valadares Neto e Marcelo Lira.
Campos era casado com a economista e auditora concursada do Tribunal de Contas do Estado, Renata de Andrade Lima Campos, de 47 anos, e deixa cinco filhos.
Candidatura Campos foi eleito governador de Pernambuco com 60% dos votos, em 2006, e reeleito em 2010, com 83% dos votos no primeiro turno, o maior índice registrado entre todos os governadores eleitos na ocasião. Ele deixou o governo do estado para lançar-se como candidato à presidência. O político estava em campanha para as eleições presidenciais e havia firmado aliança com a política Marina Silva, da Rede Sustentabilidade, que seria sua vice-presidente. Ainda não há uma definição sobre o futuro da candidatura capitaneada por Campos. O PSB tem dez dias para apresentar um nome para substitui-lo. Em entrevista à rádio “Estadão”, o presidente do PSB de São Paulo, Marcio França, disse que “ninguém tem cabeça para pensar nisso agora”.
Luto A presidente Dilma Rousseff decretou luto oficial e a suspensão de sua campanha por três dias em homenagem a Campos. “Quero dizer que, hoje, o Brasil está de luto e sentido com uma morte que tirou a vida de um jovem político promissor. O Brasil perde uma jovem liderança, com um futuro extremamente promissor, um homem que poderia galgar os mais altos postos”, disse a presidente.
Visivelmente abatida, a ex-senadora Marina Silva exaltou os dez meses de convivência com Campos ao comentar pela primeira vez a morte de seu companheiro de chapa. “Essa é sem sombra de dúvida uma tragédia. Uma tragédia que nos impõe luto e uma profunda tristeza”, disse Marina, em coletiva de imprensa realizada em Santos.
O candidato Aécio Neves também suspendeu sua campanha por causa da tragédia. Em nota, disse que o “Brasil perde um de seus mais talentosos políticos, que sempre lutou com idealismo por aquilo que acreditava. A perda é irreparável e incompreensível”.
