Campanha pede recontagem de votos em três estados

Por Gazeta News

Com a apuração do voto popular já bastante avançada, Donald Trump se tornou o candidato republicano mais votado em números absolutos na história das eleições presidenciais norte-americanas. Apesar de ter ficado bem atrás da democrata Hillary Clinton no voto popular, Trump superou claramente a votação obtida pelos candidatos republicanos anteriores (John McCain e Mitt Romney) e também a concedida ao último presidente republicano, George W. Bush. Apesar do feito histórico, Trump, com mais de 62,2 milhões de votos, está quase dois milhões atrás de Clinton no voto popular – mais de um ponto percentual. Desde o resultado das eleições, especialistas levantaram dúvidas sobre resultado e pedem a recontagem dos votos em três estados-chave: Wisconsin, Michigan e a Pensilvânia.

Uma campanha lançada no início desta semana e liderada pela chapa de Jill Stein, que foi candidata à presidência americana pelo Partido Verde, já arrecadou mais de $2,5 milhões de dólares para solicitar a recontagem dos votos.

A iniciativa foi divulgada após reportagem da revista The New York Magazine sobre um grupo de especialistas em ciência da computação e direito eleitoral que alega que o resultado do pleito nestes três estados pode ter sido manipulado. Agora, insistem que a candidata democrata Hillary Clinton peça a recontagem dos votos.

“Depois de uma corrida eleitoral polarizada e dolorida, invasões em bancos de dados eleitorais e dos partidos, além de contas de e-mails, fizeram muitos americanos questionarem se o resultado das eleições é confiável”,dissea candidata, “essas preocupações precisam ser investigadas antes que a eleição presidencial de 2016 seja certificada ”, escreveu Jill.

Em Wisconsin, explicou a campanha do Partido Verde, o prazo para requerimentos é até esta sexta-feira, 25, enquanto na Pensilvânia é na próxima segunda, dia 28, e no Michigan na quarta, 30.

Para registrar os pedidos, no entanto, cada estado cobra os valores de 1,1 milhão, 500 mil, e 600 mil de dólares, respectivamente.

Campanha

Até o momento, cerca de 2,681 milhões de dólares foram arrecadados, mas a iniciativa diz serem necessários entre 6 e 7 milhões de dólares para cobrir todos os custos associados aos requerimentos, como a contratação de advogados.

A campanha lembra, contudo, que o mero pedido não garante que a recontagem acontecerá.

Uma das evidências trazidas à tona pela reportagem e que tornaria os resultados duvidosos é a de que Hillary obteve um desempenho pior em condados nos quais o voto se deu por meio eletrônico que naqueles onde foram usados sistemas ópticos ou cédulas de papel.

Especialistas declaram que o único jeito de saber se um ciberataque mudou o resultado é por meio de análise da evidência física disponível: cédulas de papel e urnas em estados críticos como Wisconsin, Michigan e Pensilvânia.

E é essa a justificativa do grupo para que os candidatos envolvidos peçam pela recontagem dos votos.

As fontes ouvidas pela revista The New York Magazine disseram que o grupo está em contato com a campanha da democrata e que preparam um documento oficial para ser enviado às autoridades federais no qual pedem uma auditoria oficial nas urnas.

O prazo, no entanto, está apertado, uma vez que em todos estes estados, qualquer reclamação acerca do resultado deve ser protocolada nos próximos dias.

Fonte: The New York Magazine e El País.