Eleições: democratas prometem reforma da imigração

Por Gazeta Admininstrator

Dois dias após o colapso de uma grande reforma da imigração no Senado, os pré-candidatos presidenciais democratas prometeram que, se eleitos, promoverão uma legislação que protegerá os trabalhadores e dará aos imigrantes ilegais um caminho para a cidadania.

Em um fórum na Disney World, patrocinado pela Associação Nacional das Autoridades Latinas Eleitas e Nomeadas (Naleo), os candidatos disseram que também apóiam uma segurança mais forte na fronteira e a repressão aos empregadores que exploram trabalhadores sem documentos.
“Como presidente, eu sancionarei uma abrangente reforma da imigração”, disse o senador Barack Obama, de Illinois. “Eu quero que minhas filhas cresçam em uma comunidade em que todas as pessoas, e não apenas algumas, sejam consideradas como parte do sonho americano.”

Obama também defendeu seu voto no ano passado para a construção de um muro de 1.130 km ao longo da fronteira entre Estados Unidos e México, dizendo que não acredita que “boas cercas fazem bons vizinhos”, mas que o Congresso tinha que dar confiança ao povo americano de que estava comprometido com um processo ordenado de imigração como parte de uma reforma mais ampla.

O ex-senador da Carolina do Norte, John Edwards, obteve aplausos entusiasmados quando disse que “nunca apoiaria a construção de um muro por toda a nossa fronteira sul”. Edwards disse que distribuiria mais pessoas e mais tecnologia ao longo da fronteira como medidas de manutenção da lei, ao mesmo tempo em que ofereceria aos imigrantes ilegais que já estão aqui “um caminho para a cidadania”.

A senadora Hillary Clinton de NewYork disse que ficou decepcionada pelo Senado não ter seguido adiante com seu projeto de imigração e que a base para qualquer medida futura deve ser o “caminho para a legalização” para os 12 milhões de imigrantes sem documentos que já estão aqui.

Hillary Clinton também disse que os Estados Unidos devem acabar com a guerra no Iraque e retirar os soldados americanos de combate, um sentimento manifestado por todos os pré-candidatos, que incluíam os senadores Chris Dodd, de Connecticut, e Joseph Biden, de Delaware, assim como o deputado Dennis Kucinich, de Ohio, e o governador do Novo México, Bill Richardson, que é latino.

Os candidatos subiram ao palco um de cada vez e responderam pergunta
s sobre imigração, guerra no Iraque, terro-rismo, educação e saúde.
Uma platéia de várias centenas de pessoas aplaudiu de pé cada candidato, mas o mais celebrado foi Richardson, que a certa altura pediu por mais tempo para falar dizendo: “Eu sou o único latino concorrendo à presidência, me dê um tempo”.

O comentário provocou grande aplauso, risadas e gritos de aprovação. Uma reação semelhante se seguiu quando Richardson declarou: “A primeira coisa que cairá quando for presidente é este muro”.

Richardson também criticou a forma como a imprensa americana retrata os imigrantes, como pessoas saltando um muro. Ele disse que as imagens deviam incluir os trabalhadores rurais “que quebram suas costas para trazer a agricultura a este país”, pessoas que limpam os ba-nheiros de hotéis e o “imigrante latino que morreu por este país” nas forças armadas.

Ele encerrou sua participação dizendo em espanhol para a platéia que eles eram sua família, mas que não deviam votar nele apenas por ser latino.

“Vamos hacer una historia. Vamos a ganar”, ele disse, que significa: “Vamos fazer história. Vamos ganhar”.
Segundo uma pesquisa USA Today/Gallup divulgada nesta semana, Hillary Clinton tem uma grande vantagem entre os eleitores latinos: 59% dos democratas latinos disseram que apóiam Hillary, em comparação a 13% para Obama, 11% para Richardson, 7% para Edwards e 1% para Biden.

A Naleo também convidou pré-candidatos presidenciais republicanos à convenção, mas apenas um compareceu, o deputado Duncan Hunter, da Califórnia. Uma platéia agradecida aplaudiu Hunter de pé na sexta-feira, quando ele subiu ao palco.

Muro
Diante do único suporte para candidato, decorado em vermelho, azul e branco, Hunter foi perguntado sobre seu plano para consertar o sistema de imigração do país. “Nós precisamos construir o muro e construí-lo rapidamente”, disse.

Segundo ele, um muro de 260 me-tros de altura ajudaria a segurança nacional, impediria o crime e a violência ao longo da fronteira e impediria as pessoas de morrerem no deserto devido ao calor. “Se 200 garotos por ano morressem em um canal, a primeira coisa que você faria é cercá-lo com um muro”, ele disse.