Elian Gonzáles diz que disputa por seu retorno a Cuba o marcou “para o resto da vida”
A Lei de Ajuste Cubano, de 1966, prevê que os cubanos que chegarem aos EUA por qualquer via receberão residência e facilidades trabalhistas. Havana acusa esta lei de incitar a imigração ilegal, levando cubanos a viajarem à costa americana em embarcações precárias, através do estreito da Flórida, provocando, muitas vezes, vítimas fatais.
Em uma entrevista ao semanário local “Girón”, o jovem lembrou-se da disputa. “No fim de 1999 sofri as consequências desta Lei. Também violaram direitos elementares que a Convenção sobre os Direitos da Criança me assegura: o direito de estar junto do meu pai, o direito de conservar minha nacionalidade e de permanecer em meu contexto cultural”, disse.
Relembre Em novembro de 1999, o barco em que Elián, com apenas 6 anos, e sua mãe vinham para os EUA clandestinamente naufragou, matando sua mãe e mais 11 pessoas. Elián conseguiu sobreviver sem água e sem comida por três dias no mar, até ser resgatado por pescadores. Familiares do menino em Miami ficaram com ele, mas o pai, Juan Miguel, quis a criança de volta a Cuba. A disputa judicial familiar se transformou numa das maiores disputas diplomáticas já travadas entre os dois governos.