Elian Gonzáles diz que disputa por seu retorno a Cuba o marcou “para o resto da vida”

Por Gazeta News

menino cubano elian

O jovem cubano Elian González,  que virou o alvo de uma das maiores disputas diplomáticas entre Estados Unidos e Cuba, em 2000, por causa da Lei de Ajuste Cubano, disse no dia 18 que estes fatos o marcaram “para o resto da vida”. González, que completará 20 anos em dezembro, quando tinha cinco, passou por um naufrágio dramático no qual sua mãe morreu enquanto saíam ilegalmente de Cuba e foi alvo de uma disputa entre seus familiares em Miami e seu pai em Havana, que acabou ganhando o direito de ficar com o filho. As informações são da “France Presse”.

A Lei de Ajuste Cubano, de 1966, prevê que os cubanos que chegarem aos EUA por qualquer via receberão residência e facilidades trabalhistas. Havana acusa esta lei de incitar a imigração ilegal, levando cubanos a viajarem à costa americana em embarcações precárias, através do estreito da Flórida, provocando, muitas vezes, vítimas fatais.

Em uma entrevista ao semanário local “Girón”, o jovem lembrou-se da disputa. “No fim de 1999 sofri as consequências desta Lei. Também violaram direitos elementares que a Convenção sobre os Direitos da Criança me assegura: o direito de estar junto do meu pai, o direito de conservar minha nacionalidade e de permanecer em meu contexto cultural”, disse.

Relembre Em novembro de 1999, o barco em que Elián, com apenas 6 anos, e sua mãe vinham para os EUA clandestinamente naufragou, matando sua mãe e mais 11 pessoas. Elián conseguiu sobreviver sem água e sem comida por três dias no mar, até ser resgatado por pescadores. Familiares do menino em Miami ficaram com ele, mas o pai, Juan Miguel, quis a criança de volta a Cuba. A disputa judicial familiar se transformou numa das maiores disputas diplomáticas já travadas entre os dois governos.