Em Londres, Palocci reafirma que política econômica não muda

Por Gazeta Admininstrator

Palocci passa o final de semana em Londres
O ministro da Fazenda, Antônio Palocci, declarou em Londres, nesta sexta-feira, que o Brasil não vai mudar a política monetária por causa da queda de 1,2% no PIB (produto interno bruto) brasileiro no terceiro trimestre deste ano.
"Nós não vamos alterar a política monetária porque ela já mostrou duas vezes durante os últimos três anos que é muito eficiente", disse Palocci, referindo-se às ameaças inflacionárias de 2002 e de 2004.

Mas o ministro reconheceu que a política tem efeitos colaterais e que "o debate sobre a intensidade das políticas é legítimo" e admitiu que o crescimento do PIB de 2006 pode não atingir os 3,4% previstos pelo governo.

Palocci disse que a queda do PIB já era esperada, negando informações de que membros do Banco Central teriam apontado, em conversas privadas, erros na metodologia do IBGE.

Volta do crescimento

"De dois em dois anos você terá uma queda do PIB da agricultura no terceiro trimestre por causa da lavoura do café", disse Palocci.

"É um efeito técnico da metodologia adotada pelo IBGE, não quer dizer erro nem apuração incorreta."

Palocci ressaltou a importância de dois dados registrados nesse período, o crescimento de 0,8% do consumo das famílias (categoria que correspondente a 60% do PIB) e a queda da produção industrial.

"A renda real continua crescendo, o emprego formal continua crescendo, o consumo está sustentado."

"Quando você tem uma queda da produção industrial e o crescimento do consumo, ou está acontecendo um ajuste de estoque ou você está convocando a indústria para retomar a produção."

"Olhando à frente, os dados deste trimestre apontam uma perspectiva positiva, de que o ciclo de crescimento não será interrompido."

OMC

Palocci se encontrou nesta sexta-feira com o ministro da Fazenda britânico Gordon Brown e, em seguida, com o secretário do Tesouro americano, John Snow.

Os encontros fazem parte do esforço para salvar a próxima rodada de negociações da Organização Mundial do Comércio, marcada para ter início em Hong Kong no próximo dia 13.

"A melhor resposta que as nações podem dar é uma nova etapa de abertura comercial", disse ele.

"Nosso foco amanhã será fazer um apelo ao G7 para que possamos dar um passo à frente na reunião de Hong Kong."

Palocci disse estar otimista sobre um resultado positivo, dizendo que, além dele, existe a ação do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, que participou nessa sexta-feira de mais uma reunião informal entre negociadores da OMC, e do envolvimento dos chefes de Estado para que as negociações evoluam.

"Por se tratar de uma questão fundamental para o futuro do comércio dos países, até aos 46 minutos do segundo tempo tem solução."