Em Timor Leste, embaixada brasileira serve de abrigo.

Por Gazeta Admininstrator

Famílias de brasileiros e timorenses estão se dirigindo à Embaixada do Brasil no Timor Leste após o estouro deterioração da segurança no país.

O embaixador brasileiro em Dili, Antônio de Souza e Silva, disse por telefone à BBC Brasil que as famílias de 2 funcionários timorenses já estão na sede da Embaixada e integrantes de outras duas famílias de brasileiros, somando sete pessoas, estavam se dirigindo ao local..

"São famílias que moram em bairros mais pobres e onde houve tiroteio o dia todo. Elas estão em um estado de nervos à flor da pele", descreveu o diplomata.

"Houve uma deterioração muito grande de ontem para hoje. Chegou ao ponto do governo solicitar ajuda internacional. Foi um momento sombrio", descreveu Souza e Silva.

Plano de retirada

Um grupo de 8 missionários brasileiros também pediu ajuda na embaixada. Entre eles, está o paulista José Ricardo, 26, que trabalha como voluntário no Ministério do Trabalho timorense.

"Hoje pela manhã eu acordei com tiros próximos a minha casa. Então o mais sensato a fazer é procurar um lugar mais seguro", disse Ricardo.

"Nós vamos ficar em um hotel onde há mais segurança, isso tudo proporcionado pela embaixada, e, de lá, se houver necessidade de evacuação do país, nós vamos sair escoltados."

A Embaixada do Brasil tem um plano de retirada em conjunto com a Embaixada da Austrália.

"Caso a situação exija, os australianos se encarregaram de levar todos os estrangeiros embora. São eles que vão determinar isso", afirmou Souza e Silva.

Informações

A Embaixada sendo contatada por vários brasileiros que moram no país em busca de informações. São 180 no total, a maioria trabalha como assistentes sociais, juristas e professores.

"Tentamos acalmá-los", disse o diplomata. A instrução é que as pessoas permaneçam em suas residências.

"Hoje o dia foi caótico em Dili. Pelas informações que eu tive, as forças armadas resolveram ocupar a cidade e houve confronto com a política que está toda desmembrada", contou o embaixador.

"Houve um descontrole de violência em que começaram a aparecer muitos civis armados. Há muitas gangues que estão aproveitando para roubar as casas."

O diplomata diz que os estrangeiros não têm sido alvo da violência no país e que os brasileiros, em particular, "gozam de muito carinho".

"Do ponto de vista da segurança pessoal não há nada. O único problema é se a pessoa, de repente, se vir no lugar errado e no momento errado."