Empresários estão otimistas com aprovação de reforma migratória.

Por Gazeta Admininstrator

A Câmara de Comércio dos Estados Unidos reiterou seu apoio a uma reforma migratória ampla, e expressou otimismo a respeito da sua aprovação, em 2006 e 2007.

“É possível ter uma reforma este ano, mas é difícil. Acredito que em 2006 ainda não teremos uma lei, mas os temas estariam bem desenvolvidos para 2007, e a possibilidade de uma lei avançar com rapidez, num clima político menos contencioso, é real”, disse Randel Johnson, vice-presidente do departamento de imigração e emprego da Câmara de Comércio durante uma conferência.

A oposição da ala dura do Partido Republicano da Câmara dos Representantes ao projeto elaborado pelo Senado que propõe a regularização da maioria dos 12 milhões de imigrantes ilegais nos Estados Unidos e as eleições de legislativas de novembro parecem ter bloqueado a possibilidade da aprovação pelo Congresso de uma reforma ampla para este ano.

Johnson disse que “o presidente George W. Bush faz o que pode com a questão da imigração”, e que “no fundo está comprometido com uma iniciativa ampla, mas a política tem sido difícil porque a Câmara dos Representantes está fragmentada”, acrescentou.

Nas eleições de 7 de novembro serão renovados 435 cargos da Câmara Baixa, e muitos deputados, em sua maioria do Partido Republicano, expressaram temor por pagar um preço político se apoiarem a reforma.

O Senado aprovou um programa de trabalhadores temporários e um possível caminho para a cidadania para milhões de imigrantes ilegais, enquanto a Câmara aprovou proposta focada no reforço de fronteira, sem qualquer previsão de legalização ou de um programa de trabalhadores temporários. Uma série de audiências têm acontecido em Washington e ao longo do país em torno do assunto.

A.J. Rodriguez, presidente e executivo-chefe da Câmara de Cômércio Hispânica de San Antonio, disse que as audiências públicas têm sido focadas na segurança de fronteira, mas que não têm levado em consideração o trabalho e o aspecto social da discussão em torno da reforma. “Quando as pessoas não querem ouvir, elas marcam uma audiência. Por isso sentimos que é importante ter mais do que uma audiência, mas uma audição”, ironizou.

“Um programa de trabalhadores temporários ajudaria na segurança. Ainda que todas as barreiras sejam construídas na fronteira, o governo deve encontrar um meio legítimo para trazer os trabalhadores se há vagas. Existe um ímã de trabalho nos Estados Unidos, e os imigrantes vão encontrar uma forma de burlar as barreiras”, disse Johnson.

Rosa Rosales, presidente da Liga dos Cidadãos Latino-americanos Unidos, argumenta que a legislação precisa também proteger os direitos civis e humanos dos imigrantes. “Nós precisamos entender que eles estão aqui porque querem colocar comida na mesa para suas famílias, caso contrário não estariam aqui”, argumentou.

Joanne M. Harden, da entidade Mortellaro’s Nursery, disse checar a documentação dos trabalhadores que contrata, mas que suspeita que nem todos são legais. “Em um momento em que queremos proteger as nossas fronteiras, quando quero uma força de trabalho legal, o nosso governo está tornando muito mais difícil conseguir a contratação de trabalhadores legais. E eu não deveria viver com medo de tocar o meu negócio e de contratar trabalhadores. Nós precisamos de uma reforma ampla, e precisamos dela agora”, finalizou.

Martín Regalia, chefe do departamento de economia e política fiscal da Câmara de Comércio, disse que “o crescimento de nossa força trabalhista doméstica está caindo. Vamos ter que encontrar fontes alternativas de mão-de-obra para continuar a avançar”.

“Precisamos de uma política migratória que faça com que a nossa força trabalhista cresça. Isto nos ajudaria no crescimento de PIB e no sistema de aposentadoria. Quando vemos uma população que envelhece, trazer trabalhadores jovens e produtivos é importante a longo prazo”, afirmou Regalia.

“Quando analisamos o crescimento dos Estados Unidos em longo prazo, a imigração será um componente essencial, mas acredito que neste momento nossas políticas migratórias não reconhecem isto.”

A Câmara de Comércio dos EUA é a maior federação internacional de comerciantes e agrupa três milhões de grandes, médias e pequenas empresas.