Encontro tradicionalista promove cultura brasileira em Newark.

Por Gazeta Admininstrator

Pela primeira vez na Costa Leste dos Estados Unidos aconteceu no último final de semana(27 e 28) o Encontro Tradicionalista Brasileiro, um esforço de um grupo de sulistas, com o objetivo de manter vivas as raízes, mostrar um pouco da arte e cultura e tradições regionais.

Entre as inúmeras atrações apresentadas, estiveram a dança da Chula, do Sanfoneiro Silvestre de Souza e sua gaita mágica, do Cowboy Sanfoneiro Ivan Domingos, invernadas Mirins, Ranchos Portugueses, com a participação de declamadores, tudo regado a muito chimarrão.

A festa contou ainda com dois grandes bailes com apresentação do grupo Os Monarcas, da cidade de Erechim, e com uma grande costelada promovida pelos consagrados mestres do churrasco do Centro de Tradições Gaúchas(CTG) Saudade da Minha Terra, que assaram nada menos que mais de mil quilos de costela.

Patrão ou patroa?

Em grande parte ocupado pelos Açorianos, o Sul do Brasil recebeu grande influência das músicas, cantorias e trajes típicos dos Açores que, gradativamente foi incorporado à cultura local, que hoje caracteriza o Gaúcho com sua tradicional “pilcha”, composta por camisa com mangas largas, bombacha, lenço vermelho no pescoço, botas, chapéu de aba larga, esporas e “guaiaca”, uma espécie de cinturão, muitas vezes com pequenos bolsos onde eram guardadas as moedas, jóias e documentos. As mulheres usam o chamado vestido de prenda, uma vestimenta longa e colorida, e sapatos baixos que facilitem a dança.

Em Pelotas, no Rio Grande do Sul, a tradição gaúcha deu um passo em direção à modernidade. Pela primeira vez na história da cultura gaúcha, as mulheres tomaram o poder.Conhecidos como “patrões”, os coordenadores dos CTGs são tradicionalmente homens. No CTG Os Farrapos, de Pelotas, no entanto, 15 mulheres compõem a única patronagem totalmente formada por mulheres entre os CTGs gaúchos.

De acordo com a velha tradição gaúcha, a hierarquia dos CTGs é dividida da seguinte maneira: patrão, capataz, sota-capataz, agregado das pilchas e peão caseiro. Nada disso mudou no CTG Os Farrapos, com exceção do fato de que ao invés da bombacha e pilcha, são vistos belos e coloridos vestidos longos. “Mandamos em casa e aqui”, brinca Margarete Bueno, peão-caseiro do CTG, alfinetando o “patrão” em casa.