Enfermeira apaixonou-se por filho de paciente, de quem cuidou até a morte
O triste fim de um noivado fez com que a brasiliense Narjara Borges decidisse que era chegada a hora de deixar Miami e regressar a Brasília, em 2005. Ela já havia pedido demissão do trabalho e saiu com as amigas para se despedir. Mas, quando que ela iria imaginar que justamente no trabalho, depois de poucas horas de sono, encontraria o amor de sua vida?
Narjara, que é enfermeira, foi trabalhar em um domingo depois da badalação com as amigas, algo que fazia muito. Eram seus últimos dias trabalhando no Aventura Hospital antes de retornar ao Brasil. Ela tinha seis pacientes em sua ala naquele dia.
Como de costume, Narjara foi dar uma volta e passou por uma ala que não era a sua, mas reconheceu um paciente que já havia cuidado muitas vezes, um deficiente físico que sofria de infecções constantes, precisando ser internado.
“Depois de conversar com o paciente, achou inconveniente lavar a mão na frente dele, mas são normas do hospital. Então saí do quarto dele e fui lavar a mão no quarto ao lado”, conta. Foi então que Narjara deu de cara com o acompanhante de um paciente. Foi amor à primeira vista, e um motivo para continuar no trabalho.
“Ele levantou na hora e começamos a conversar. Deu-me seu cartão, ficamos em contato e logo saímos”, conta. “Logo em seguida, pedi ao hospital para ser a enfermeira do pai dele, que estava internado com um problema na válvula do coração”.
Em pouco tempo, Narjara e Brian começaram a namorar. Ela tinha 26 anos e ele 32.
Brian era muito apegado ao pai, que o havia criado. “Eu nunca vi um pai como ele”, relembra. E
Samuel, o pai de Brian, faleceu mais ou menos quatro meses depois que Narjara começou a cuidar dele. Ele chegou a dizer a Brian que aquela era a mulher certa para ele se casar.
E foi isso que aconteceu. Os dois foram morar juntos meses depois de se conhecerem. Mas, antes de se casarem, Brian a incentivou a terminar os estudos. Por isso, eles se casaram somente em janeiro de 2010. “Nós sabíamos que íamos ficar juntos, por isso não tivemos pressa em casar”.
Hoje, Narjara é enfermeira anestesista, os dois tem uma filha que colocaram o nome de Sabrina: que tem as iniciais do avô, Samuel, de Brian e de Narjara. Narjara, cujo sobrenome agora é Stone, está grávida do segundo filho, um menino.
“Converti-me ao judaísmo. E eles têm essa tradição de dar nomes em homenagem a outros familiares. Sei que o nome de nosso filho terá Max, em homenagem ao bisavô”, explica Narjara, que hoje trabalha no Mercy Hospital, em Key Biscayne.
“Assim que conheci Brian, disse as minhas colegas do hospital que iria casar com ele. Um dia, quando voltei para visitá-las, uma delas me perguntou se me casei mesmo com aquele rapaz e eu disse que sim! Sei que somos almas gêmeas”.
