Enquanto esperamos, vamos celebrar as artes - Editorial

Por Marisa Arruda Barbosa

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Quem disse que seria necessário ter paciência até que saísse a votação do projeto de reforma imigratória estava certo. Estamos quase lá? Muitos que estavam otimistas e certeiros no início do ano, começam a perder as esperanças.

Os próximos meses serão cheios de “prioridades” para a Câmara dos Deputados. Serão discutidas questões importantes relacionadas ao teto da dívida americana, com prazos, extensões, debates em apenas 40 dias úteis para os deputados até o final do ano.

Recentemente, republicanos disseram que precisam de tempo e não têm nenhuma pressa para passar a reforma imigratória. Esse tempo, pelo que entendo, nem começou, já que nenhum deles iniciou, de fato, a discussão sobre pontos do projeto de lei aprovado pelo Senado. Ou seja, é preciso paciência.

A semana começou também com outro assunto muito mais sério a ser decidido: a invasão ou não da Síria, acusada de usar armas químicas para matar civis. Só se fala nisso. O presidente Barack Obama quer a aprovação para o ataque e o Congresso volta sua atenção para isso, dando as costas para o projeto de lei de imigração novamente.

Em um clima pesado de uma possível guerra e a incerteza da reforma, entramos no mês de setembro celebrando a cultura brasileira. Um evento do ano passado, da prefeitura de Boca Raton, celebrando o dia 7 de Setembro junto aos brasileiros, se multiplicou em vários eventos espalhados por várias cidades.

Um deles é uma exposição com 20 artistas brasileiros, colocando em evidência que a criatividade brasileira vai além da música. Ao mesmo tempo, cada artista demonstra o processo de adaptação. Claro, que cada um tem uma história, mas imigrar e conseguir crescer como artista naquele país é um grande desafio. Eles contam como se sentiram em casa para, finalmente, criar e brilhar no país de escolha.

Independentemente da profissão e do caminho que escolhe, essa é a meta de cada imigrante. “Como brilhar?” é a pergunta que cada um se faz ao chegar ao novo país. Isso pode demorar anos para acontecer, quando acontece. Mas é por isso que resolvemos publicar esta matéria sobre as artes brasileiras, que têm influenciado o sul da Flórida a cada ano.

Por esse motivo, esta homenagem ao Brasil e aos brasileiros que acontece no sul da Flórida todos os anos, agora, em comemoração à Independência, é merecida. Afinal, é o momento de reconhecimento do legado dos brasileiros à região.

Outra notícia que ainda deve exigir muita paciência para os brasileiros que enviam suas mudanças para os EUA é a prisão de uma quadrilha que enviava armas para traficantes de drogas no Brasil, através das companhias de mudança. Quem achou que isso havia acabado deve ficar em alerta antes de fazer sua mudança. Ou seja, inocentes que enviam suas mudanças ao Brasil não só eram envolvidos em contrabando de mercadorias, mas também no tráfico internacional de armas.