Enquanto paralisação continua, Obama e republicanos iniciam diálogo “útil”

Por Gazeta News

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O presidente Barack Obama e líderes republicanos da Câmara dos Representantes realizaram uma reunião "útil", no dia 10, para destravar a negociação sobre o aumento do teto da dívida, mas sem alcançar ainda um acordo para resolver a paralisação parcial da administração.

Pela primeira vez desde o início da paralisia do governo, que completou o décimo dia, tanto a Casa Branca como líderes da oposição pareceram avançar rumo a uma negociação orçamentária que permita elevar o teto da dívida, sete dias antes que se alcance esse limite, e reabrir a burocracia federal.

A bancada republicana, que sofreu uma queda nas enquetes por causa da paralisia, ofereceu um plano que estende por seis semanas o teto da dívida nacional, em uma espécie de concessão encaminhada a permitir uma negociação orçamentária ampla.

Obama se reuniu primeiro com os democratas no Senado e depois com um grupo de 20 negociadores republicanos da Câmara, determinado a conseguir uma trégua.

"Após uma discussão sobre possíveis caminhos, não se tomou uma determinação específica. O presidente espera seguir fazendo um progresso contínuo com membros de ambos partidos", disse a Casa Branca em comunicado, ao término da reunião de aproximadamente uma hora e meia com os republicanos.

"A meta do presidente continua sendo assegurar que pagamos as contas nas quais incorremos, reabrir o governo e retornar ao assunto do crescimento da economia, da criação de empregos e do fortalecimento da classe média", especificou a nota.

O presidente da Câmara, John Boehner, não fez comentário algum ao sair dessa reunião, o que gerou especulações sobre o fracasso dos contatos. No entanto, o líder da maioria republicana na Câmara, Eric Cantor, disse que a reunião foi "útil" e ambas as partes decidiram "continuar as discussões".

O ponto morto nas negociações se deve em parte ao fato de muitos republicanos insistirem em condicionar a reabertura do governo a maiores cortes fiscais, enquanto a Casa Branca deixou claro que Obama "não pagará um resgate" em troca que o Congresso cumpra seu trabalho de aprovar um orçamento e elevar o teto da dívida.

Em paralelo ao vaivém de negociações, os democratas lançaram uma campanha propagandista nas redes sociais na qual culpam líderes republicanos pela paralisação parcial do governo, que há dez dias afeta cerca de 800 mil funcionários públicos.