Enquanto Telexfree é suspensa no Brasil, divulgadores nos EUA dizem receber normalmente

Por Marisa Arruda Barbosa

telexfree

Enquanto isso, nos Estados Unidos, mais brasileiros e pessoas de outras nacionalidades continuam aderindo à empresa e dizem não notar irregularidades nem atraso nos pagamentos.

A empresa oferece o serviço de telefonia para ligações para qualquer parte do mundo ilimitado via internet, no sistema Voip, entre outros serviços. Mas, além da venda do produto, a empresa investe nos divulgadores em vez de propaganda, motivo pelo qual pessoas, ao abrirem uma conta de divulgadores, investem $1.425 dólares no ano inicial para divulgar a marca, recebendo um valor semanal e porcentagens sobre cada novo divulgador ou compra de serviços.

O Brasil investiga se esse modelo financeiro é de remuneração em escala, já que cada cliente antigo é remunerado pelos novos clientes que consegue, o que se trataria então de um esquema de pirâmide, um tipo de fraude financeira considerado ilegal no Brasil.

“Uma empresa, para ser pirâmide, não tem um serviço, o que não é o caso da Telexfree. Esta é uma empresa sustentável”, diz Patrícia Guerreiro Lopez, de 42 anos, que vive há 13 anos nos Estados Unidos e está com a Telexfree desde outubro do ano passado, quando trabalhava ainda com limpeza de casas. Ela afirmou que seu dinheiro está bloqueado no Brasil, mas continua recebendo regularmente nos EUA, assim como pessoas de outros países estão recebendo também. Até o momento, Patrícia disse que já recebeu $300 mil dólares através da empresa e $10 mil dólares por semana.

A brasileira Luciana Meadows, que trabalha como divulgadora em Sarasota, Flórida, também diz que tudo está normal. “Eu ontem fiz meu saque na Telexfree e espero não ter problemas”, disse Luciana, que recebe pelo Brasil e pelos EUA.

“A minha única queixa é a comunicação. Eles cresceram muito rapidamente e o suporte aos divulgadores é precário e ainda demora. Não há um telefone para ligar”, disse. “Mas fora isso, essa foi a melhor coisa que me aconteceu financeiramente nos últimos meses”.

Em um mês trabalhando como divulgadora, a mineira Marisa Morinelli diz que já criou uma rede grande de divulgadores, que está com 30 pessoas no momento, algo que nem era sua intenção, garante.

Desempregada, Marisa acabou entrando na empresa por indicação de sua irmã, que vive em Boston. “Eu pesquisei bastante e não vi por que não entrar”, disse ela, que vive em Boca Raton e está nos EUA há 30 anos.

“A promessa não era de ficar rica, mas de ganhar $100 dólares por semana com o investimento inicial de $1.425 dólares” diz ela, que já teve o retorno do investimento em um mês e não três, como prometido, por causa da rede que ela criou.

A estimativa é de que cerca de um milhão de pessoas em todo o Brasil já tenham se associado à Telexfree.

No dia 8, haverá um novo julgamento sobre o caso, que decidirá se a empresa pode ou não voltar a atuar, a ser realizado pela Justiça do Acre. Com informações do “G1”.