Dependência Química

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O primeiro passo para a família e amigos é tentar não julgar a pessoa.

A dependência química existe quando a pessoa se encontra em um estado em que o seu organismo, físico ou psíquico, não consegue reagir sem o uso de substâncias químicas. Estas dependências podem estar relacionadas ao abuso de drogas lícitas ou ilícitas.

Nos dois casos, estas substâncias alteram a percepção, e trazem sensações de falso bem-estar. Por isso, ao perceber a abstinência, o organismo acaba por tentar exaustivamente substituir os níveis antes alcançados com o uso das substâncias, e é justamente quando ocorre a sensação de desconforto pelo trabalho excessivo do organismo em recompor o mesmo efeito.

Existem vários níveis de dependência. Comumente, tendemos a identificar a dependência química somente em estados mais alarmantes, porém, a dependência pode estar presente mesmo em níveis "socialmente aceitáveis", como é o caso de indivíduos que não conseguem ficar um final de semana ou até mesmo um "day off", sem que haja ingestão de bebida alcoólica.

Os níveis de abstinência dessas substâncias variam de acordo com o nível de dependência, entretanto, precisamos levar em consideração que qualquer nível de dependência não condiz com um organismo saudável.

Os sintomas da dependência estão ligados aos níveis de irritabilidade, agressividade e agitação do indivíduo quando não estão em uso dessas substâncias.

Entretanto, em uso de substâncias alcóolicas, por exemplo, os reflexos são alterados imediatamente, mesmo que o sujeito esteja em seu consumo habitual. Inicia-se com uma desinibição, em doses maiores começa a alterar o equilíbrio, fala pastosa, e em doses maiores, o indivíduo pode ficar em coma alcoólico ou chegar a casos extremos como a morte quando associada a outras drogas, potencializando seus efeitos.

Outras substâncias, mesmo quando não associadas ao álcool, podem desencadear alucinações, ilusões momentâneas ou desassociação - que é um quadro de desordem mental. Com o uso frequente, estas drogas podem acarretar sintomas permanentes, incapacitando o indivíduo para o convívio social.

O primeiro passo para a família e amigos é tentar não julgar a pessoa e estar pronta para quando esta se sentir confortável e preparada para receber ajuda. Evite situações em que o indivíduo se sinta vulnerável, ou possa estar exposto à substância. Seu apoio deve acontecer respeitando a condição da pessoa e promovendo um bem-estar de forma diferente a que este esteja habituado. O mais comum é o paciente não perceber o quanto são dependentes e acreditam que seu consumo está sob controle.

Nesses casos, o acompanhamento psicológico contribui com a alteração da sua crença pessoal. Geralmente, dependentes químicos acreditam que são incapazes de conduzir sua vida, de ser útil, de promover algo bom. E é essa crença negativa que deve ser extinta através de algumas técnicas psicoterápicas.

No caso de algumas substâncias, é necessário considerar a redução de danos, como por exemplo o consumo da nicotina. Nesse caso, a redução gradual da química melhora a condição do paciente, e reduz também de forma gradual a dependência e os efeitos gerados pela abstinência. Entretanto, esta redução só é indicada para pacientes que possuem o controle e a disciplina preservados.