Coronavírus: O que idosos, pais, mães e gestantes devem saber para se prevenir?

Ainda não há evidências de que a doença possa aumentar as chances de aborto ou de partos prematuros

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Ainda não há evidências de que o vírus possa passar para o bebê durante a gravidez.

Por se tratar de um vírus novo (o Sars-Cov-2), muitas perguntas ainda estão sem resposta, assim como a criação de uma vacina e remédios específicos para o tratamento da doença. As estatísticas, porém, já mostram que essa é uma enfermidade com maior letalidade em idosos. E que, diferentemente de outras doenças, aparentemente as crianças não fazem parte do grupo de risco.

"O que sabemos é que a população de risco compreende as pessoas mais debilitadas, que estão entre as idades extremas - ou seja, crianças e idosos", afirmou o infectologista Jorge Luis dos Santos Valiatti, que preside o Comitê de Insuficiência Respiratória e Ventilação Mecânica da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMBI).Idosos

Números globais mostram que a mortalidade em decorrência do coronavírus é de 15% a 18% nos idosos. Guilherme Henn, professor de Medicina da Universidade Federal do Ceará, explica que idosos têm maiores chances de complicações graves em qualquer doença, infecciosa ou não, por duas razões principais.

"O primeiro grande motivo é porque o sistema imunológico desse público é mais debilitado. Precisamos de um sistema ativo para combater doenças virais", diz. "O segundo ponto é que muitos idosos já não têm a saúde dos órgãos tão boa, há mais comorbidades [doenças cardiovasculares, diabetes ou doenças respiratórias crônicas, por exemplo] que trazem complicações clínicas. Todos esses fatores complicam uma doença com potencial de gravidade".

A recomendação, portanto, é que especialmente pessoas acima de 50 anos evitem se expor. A infectologista Rosana Maria Paiva dos Anjos, especialista em saúde pública e professora da PUC São Paulo completa: "É importante, inclusive, evitar visitas a abrigos e asilos. É preciso protegê-los".

Gestantes

A relação do coronavírus no organismo das mulheres grávidas, que naturalmente apresentam alterações na imunidade durante a gestação, também ainda está cercada de dúvidas. Na última segunda-feira, o Royal College of Obstetricians and Gynaecologists, do Reino Unido, publicou orientações para gestantes, mas também reforçou que, por se tratar de um vírus novo, as informações podem ser revistas a partir do surgimento de novas evidências. De maneira geral, "mulheres grávidas não aparentam ser mais suscetíveis às consequências do coronavírus que o resto da população".

Além disso, diz o informe que ainda não há evidências de que a doença possa aumentar as chances de aborto ou de partos prematuros. Assim como não há evidências ainda de que o coronavírus possa ser transmitido da mãe para o bebê. "Embora os dados estejam atualmente limitados, é tranquilizador que não há evidências de que o vírus possa passar para o bebê durante a gravidez", escreve Edward Morris, presidente da associação. O mesmo ocorre para a amamentação: não há evidências de que o vírus possa ser transportado pelo leite materno.

Crianças

O Centro de Prevenção e Controle de Doenças informa que, com base nas evidências, as crianças não aparentam correr mais risco que os adultos. Ainda não há, porém, evidências científicas que mostrem por qual razão isso acontece. Fonte: El País Brasil.