LAR DOCE LAR….

Por Por ADRIANA TANESE NOGUEIRA

viver bem

Este é o momento de tornarmos nossas casas em lar! Lar é onde nos sentimos seguros e amados. A casa é aquele lugar de onde uma pessoa começa a sua jornada e, como disse Benjamin Franklin, "a força de uma nação deriva da integridade da casa."

Como está a temperatura humana em sua casa nesses tempos em que a casa é o melhor lugar onde se ficar? Para muitos, a temperatura está subindo; a da mente e das emoções. Está na hora de resolvermos algumas questões.

A primeira é a ansiedade e a inquietação: hora de praticar yoga, meditação, respiração consciente. É tempo de aprendermos a responsabilidade para conosco e, consequentemente, para com os que convivem conosco. Sem a cabeça no lugar não dá para superar nenhuma crise. Exercícios físicos caseiros ajudam, mas também quebra-cabeças, artesanato, jardinagem quando possível, dependendo da personalidade.

Mais do que nunca é importante praticar o ditado que diz: a vida é agora. Do amanhã não temos certeza, nem sobre o bom nem sobre o ruim. Lembrem-se, "nem sobre o ruim". Por isso, focar no presente numa postura de aceitação da realidade nos ajuda a navegar nesses momentos. "Aceitar a realidade" significa não cair na negação (que é infantil), nem do desespero (que é desequilíbrio) mas aceitar que algo assombroso e muito maior do que a gente está ocorrendo. Estamos transitando nesse tempo, passagem entre eras. Vamos manter a cabeça no lugar para entender o que a vida nos pede e assim alcançarmos a realidade renovada, que certamente um dia surgirá.

A segunda questão que emerge nas casas é de ordem emocional-relacional. A vida que levávamos nos mantinha num isolamento social disfarçado. Casais passavam a maior parte de seu tempo fora de casa e separados entre si, e das crianças. Se as mulheres ficavam com as crianças, o homem agora deve estar se dando conta do que significa passar o dia com as crianças. Se ambos praticavam o antigo "distanciamento social" dessa nossa sociedade louca, agora estão cara a cara... E?

Surgem, ou melhor, ressurgem os nós que haviam sido jogados por baixo do tapete, supostamente esquecidos na correria diária. Desta quarentena, um casal ou sai mais unido ou separado. É a hora de se olhar nos olhos e conversar de verdade. O que tem a se fazer se não conversar de verdade uma vez que não há fuga?

Sugiro algumas técnicas a serem adotadas por quem quer de fato chegar a algum lugar:

Dividir o(s) assunto(s) em tópicos e tratar um de cada vez.

Associar uma "reclamação" genérica a um fato ou fala específicos.

Não falar um em cima do outro. Dar o tempo ao outro para falar, e só depois retrucar.

Mantermos falas curtas porque, lembremo-nos: queremos resolver os problemas não flagelar a outra pessoa com discursos pretenciosos sobre a origem da vida e o universo desde sua criação!

Que tal antes de responder ao outro repetir o que o outro disse para termos certeza de termos entendido direito?

Concordar com esta pauta antes de começar e marcar sessões quantas vezes se desejar (até uma por dia), com horário certo para começar e terminar.

A ordem faz bem ao coração e dá à mente esperança: precisamos de esperança!

Entre uma problemática e um questionamento interior é bom ler alguns livros de qualidade. Os livros são o antidoto à ignorância, que é a mãe de todos os males. Livros que nos abram a mente e nos permitam enxergar o mundo sob novos ângulos. Que tal "O Mundo de Sophia" e "A Viagem de Théo"?

Sábio é quem sabe parar quando é hora de parar, e se mover quando é hora de se mover.