Entrevista com Cristina Boner sobre tecnologias em 2021

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Cristina Boner fala sobre tecnologias em 2021.

Quais as tendências para o setor da Tecnologia da Informação ( T I ) em 2021 ?

Cristina Boner: O ano de 2021 sofrerá, invariavelmente, a influência das novas condições do mercado. Empresas precisaram se adaptar rapidamente a elementos como o trabalho remoto, o e-commerce, a presença digital e ao trabalho colaborativo.

Novas ferramentas passaram a ser parte do dia a dia das empresas e das pessoas. Diante de tudo isso, o poder de processamento e de desenvolvimento rápido de novas tecnologias e soluções passou a ser prioritário.

Cristina Boner: E o único caminho para se alcançar essa condição é a computação em nuvem. Ela oferece escalabilidade para aumentar e reduzir o poder de processamento de acordo com a demanda sem a necessidade de investimentos fixos. Dessa forma, se antes a jornada para a nuvem era uma decisão definitiva, ela agora se tornou definitiva e urgente.

Cristina Boner: É impossível que as empresas ingressem nesse novo mercado sem os benefícios da cloud. Assim como é impossível para as pessoas realizarem tarefas sem ingressar no mundo digital. Sabe-se que a pandemia é uma condição transitória. Mas as consequências que ela trouxe são permanentes.

Cristina Boner:As empresas ingressaram em um novo modelo de se relacionar com colaboradores e com clientes que não mais voltará atras. O home office veio para ficar. Os apps de delivery e de serviços em domicilio também estão definitivamente na vida das pessoas. Ou seja, ou as empresas se atualizam, ou elas simplesmente desaparecem.

O que é cloud computing? Quais os tipos?

Cristina Boner: A computação em nuvem nada mais é do que transferir de máquinas físicas para as máquinas virtuais, que estão na nuvem, o poder de processamento, armazenamento e desenvolvimento que empresas e pessoas precisam. Ninguém mais precisa de grandes quantidades de memória, por exemplo, para armazenar seus e-mails ou aplicativos. Eles estão disponíveis na nuvem, e podem ser acessados de qualquer lugar que conte com um acesso à internet, algo que está cada vez mais universalizado.

Cristina Boner: A cloud computing hoje pode ser privada, quando uma empresa conta com uma estrutura exclusiva (própria ou de terceiros); pública, quando contrata de um terceiro e compartilha essa estrutura com outros usuários e/ou empresas; ou híbrida; que é uma junção das duas. Não existe um modelo mais evoluído que outro. Cada empresa deve se adequar a necessidade e as características que seu tipo de atuação demanda.

Cristina Boner: Existem grandes provedores mundiais de nuvem, como AWS, Microsoft, Google, Huawei, IBM, entre outros. Assim como grandes Data Centers que permitem a construção e operação de uma nuvem privada. Por isso, mais importante do que ir para a nuvem, hoje é preciso ir da forma correta. E nesse ponto, contar com um sistema de gestão multinuvem é fundamental.

Cristina Boner: Logo é possível transitar entre provedores, gerenciar o consumo e os gastos e otimizar os investimentos e o processamento. Uma das tecnologias líderes em gestão multinuvem hoje é a da empresa Jamcracker, que no Brasil é representada exclusivamente pela Globalweb.

Como funciona?

Cristina Boner: A gestão multinuvem funciona como uma camada que se cria entre as empresas e os provedores de nuvem. Dessa forma, cria-se um painel de controle completo, em que se gerencia tuda a infraestrutura de nuvem contratada, assim com os aplicativos que rodam nessa nuvem. Com essa camada instalada, as empresas deixam de ser dependentes de um só provedor. Ou seja, elas podem escolher com liberdade aquele que melhor atende a sua necessidade naquele momento, seja por preço ou por características técnicas.

Cristina Boner: Um exemplo prático: uma empresa contrata uma nuvem do Google, por exemplo, para rodar o seu sistema de gestão de folha de pagamento. Sem uma solução multinuvem, ela fica presa ao Google e se optar para ir para a nuvem da Microsfot, por exemplo, precisará fazer um grande esforço de migração. Mas se contar com uma gestão multinuvem, ela pode simplesmente contratar automaticamente a solução Microsoft e fazer de forma totalmente automatizada a migração. Esse é apenas um dos benefícios da multicloud.

Quais segmentos de mercado devem adotar essa tecnologia?

Cristina Boner: Sem dúvida todos. Desde as gigantes do setor financeiro ou fabril, até os pequenos e médios negócios. As fintechs, por exemplo, (que são as start ups do setor financeiro) já nascem no mundo cloud. Grandes empresas que começaram como pequenas start ups, como o Uber, Ifood, Easy Taxi, entre outras, só puderam começar e se desenvolver porque nasceram no mundo cloud.

Cristina Boner: Imagine quanto de investimento em infraestrutura física e de servidores não seria preciso fazer para alcançar o poder de processamento que essas soluções demandam. Seria impossível uma start up sequer começar. Com o mundo cloud, esse investimento é reduzido, fracionado e otimizado. Pequenas empresas com grandes ideias não vivem mais a limitação da tecnologia par acrescer. Pelo contrário. A tecnologia deixou de ser o suporte para se tornar o próprio negócio dessas empresas.

Cloud computing é a mesma coisa que software como serviço e virtualização?

Cristina Boner: Não. A virtualização permitiu o desenvolvimento da computação em nuvem. De forma resumida, virtualização é unir várias máquinas para compartilhar processamento. Assim, tem-se a possibilidade de, por exemplo, executar com dispositivos mais simples (porém unificados) tarefas que antes apenas os caríssimos e ultra complexos super computadores, conhecidos como mainframes, faziam.

Cristina Boner: Esse é um dos pilares da nuvem. E o SaaS é um modelo de contratação de softwares e aplicativos, em que se paga por uso e não por licença.

Antes era preciso comprar uma licença que tinha prazo determinado de uso. Agora, pode-se contratar como serviço, usar pelo tempo que for necessário e pagar mensalmente pelo uso. Ambos são pilares da computação em nuvem, mas a cloud é algo maior, que abarca esses dois elementos e muitos outros.

Falando em Serviços , o que significa o conceito de IaaS - Infrastructure as a Service ? e quais vantagens ? há desvantagens ?

Cristina Boner: IaaS é uma modalidade de contratação e gestão de infraestrutura tecnológica em que se substitui a aquisição de maquinas e insumos físicos, por maquinas virtuais, que estão alocadas em nuvem.

Num caso prático. Uma empresa tem um e-commerce que tem grandes vendas em datas específicas, como Natal. Porém, no restante do ano essas vendas obedecem a uma demanda menor.

Cristina Boner: Antes do IaaS, seria necessário comprar mais máquinas para suportar a alta demanda. Mas com o passar da data, essas máquinas, invariavelmente, ficariam ociosas. Com o IaaS, é possível aumentar e reduzir o poder de processamento com a contratação de mais máquinas virtuais, hospedadas nas nuvens de grandes provedores.

Assim, durante o Natal a empresa contrata mais maquinas como serviço e ao final do período de grande demanda, ela simplesmente desativa essas maquinas virtuais.

Cristina Boner: Com um processo de migração para esse modelo bem feito, e com uma boa solução multinuvem, para impedir a dependência de um só fornecedor e uma gestão eficiente dos recursos contratados, o IaaS não tem qualquer tipo de desvantagem em relação ao modelo tradicional.

O que significa o conceito de PaaS - Platform as a Service ? e quais vantagens ? há desvantagens ?

Cristina Boner: A explicação para PaaS é a mesma que a de IaaS apresentada na questão anterior, mas ao invés de maquinas e infraestrutura, contrata-se as plataformas tecnológicas.

Trata-se da contratação no modelo de serviço, e não da compra de licenças, de plataformas que são os sistemas em que se produzem e se executam os aplicativos e soluções que uma empresa utiliza.

Dessa forma, é possível contratar e rodar essas plataformas na nuvem com pagamento por uso de forma a tornar o investimento mais assertivo e sem ociosidade.

O que significa o conceito de SaaS - Software as a Service? e quais vantagens ? há desvantagens ?

Cristina Boner: SaaS é um novo modelo de contratação e uso de soluções e aplicativos. Anteriormente era preciso comprar uma licença, que tinha prazo de validade e valia apenas para aquela versão.

Ou seja, se era lançada uma versão mais nova de um aplicativo, como um Office, era preciso pagar pela atualização ou comprar uma nova licença.

No modelo de SaaS, o contratante paga por uso, com contratos que podem ter duração pré-definida ou não.

Com garantia de estar sempre usando a versão mais atualizada do software, suporte garantido e a liberdade para suspender o uso quando não for mais necessário.

Como garantir a confidencialidade das informações?

Cristina Boner: A segurança da nuvem é rígida, mas não é infalível. O principal meio de garantir a confidencialidade e a segurança dos dados armazenados em nuvem é combinar o uso de boas praticas de políticas de segurança com um parceiro tecnológico de confiança para garantir a gestão correta dos seus sistemas. Políticas de boa pratica de segurança contemplam a gestão de senhas de acesso, de comportamento dos usuários dessa rede, assim como as defesas contra ataques externos. Quando se trata de uma rede corporativa, normalmente um dos pontos mais frágeis é justamente o usuário. Por isso, implementar uma politica é fundamental para impedir que os usuários levem para dentro da rede ameaças por meio de acesso indevido a links, downloads de arquivos maliciosos, ou mesmo com o uso de aplicativos que trazem ocultamente ferramentas de captura de senhas ou de dados.

Aliado a isso, contar com um processo de gestão dos sistemas que rodam na nuvem é fundamental e, para isso, um parceiro de confiança é fundamental. Contratar serviços de nuvem de provedores conhecidos é um passo fundamental, pois são eles os responsáveis pela segurança dos dados que armazenam. Contar com uma parceiro de implementação e migração para a nuvem de sistemas anteriores também é fundamental, pois normalmente uma migração mal feita deixa falhas ou vulnerabilidades que podem ser exploradas por criminosos.

Por fim, mas não menos importante, é fundamental contar com sistemas e ferramentas de segurança eficientes. O uso de um HSM, que é um cofre digital de armazenamento de chaves de segurança, é muito importante, pois ele garante a autenticidade dos documentos que assina digitalmente, assim como dos usuários que acessam as redes e nuvens públicas.

Seguir todos esses passos minimiza a praticamente zero o risco de que os dados de uma empresa sejam acessados e utilizados indevidamente.

Monetização Digital : o que é e como funciona?

Cristina Boner: Essa é uma nova forma de se aumentar vendas, lucro, assinantes, ou mesmo conquistar novos parceiros. Trata-se de uma evolução das campanhas de marketing, pois agora utiliza-se novos canais que falam diretamente com o consumidor com uma mensagem específica para cada público.

Maria Cristina Boner Leo: Ao invés de uma empresa gastar fortunas em veículos tradicionais, ou mesmo os online como Google Adwords ou Social mídia, que divulgam uma mensagem única para milhões de pessoas, agora é possível criar e enviar uma mensagem específica para cada consumidor, com total customização segundo as características desse consumidor, como regionalização, faixa etária, tipo de negócio entre outros.

Para isso, utiliza-se modernas técnicas como o RPA (Robot Process Automation ou Robotização) para que a pessoa possa interagir com um sistema de Inteligência Artificial como se falasse com um humano, acrescenta Bruna Boner. Um robô trabalha 24x7, com um banco de dados enorme capaz de esclarecer a maioria das dúvidas de um cliente ou parceiro.

Além disso, o conceito de Omni Channel unifica os vários canais de comunicação – como e-mail, voz, mensagens diretas, redes sociais, entre outros – com uma linguagem única.

É possível, por exemplo, começar uma venda por telefone e terminar por e-mail. Assim, ganha-se em agilidade, abrangência, força da mensagem e, por fim, em ampliação dos lucros e na monetização de projetos. Pode ser aplicada a diversos serviços e produtos e oferece resultados expressivos em pouco tempo. Afinal, a pessoa se sente muito mais sensibilizada quando percebe que uma mensagem foi enviada especificamente para ela.

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