Gustavo Maia, ex-gerente do Consórcio Maracanã Rio 2014, relembra o desafio da reconstrução do estádio para o Mundial

Por Arlaine Castro

Conheça a trajetória de liderança deste brasileiro que foi o responsável financeiro e administrativo do maior legado da Copa do Mundo no Brasil.

Há uma década, Gustavo Maia, natural da Bahia, mergulhou de cabeça no desafio monumental de reconstruir o icônico Estádio Maracanã, no Rio de Janeiro, em preparação para a Copa do Mundo de 2014. Formado em Ciências Contábeis pela Universidade Católica de Salvador-BA e com uma vasta experiência em grandes empreendimentos, Maia deixou sua marca em diversos projetos, destacando-se não apenas pelo seu papel como gerente Financeiro, mas também por sua incursão nos setores de Recursos Humanos e Administração.

Ele iniciou sua carreira em 2008, na Bahia, em uma das mais importantes e conhecidas empresas de construção do país, na então Construtora Norberto Odebrecht, que hoje é reconhecida como Novonor. De imediato, já foi para o Maranhão, em São Luís, onde participou de sua primeira obra dentro de um projeto da Vale do Rio Doce, como responsável financeiro do empreendimento.

Mas não demorou muito, com o início das obras de ampliação e reforma dos estádios de futebol onde seriam disputados os jogos da Copa do Mundo de 2014, Gustavo foi transferido para a maior obra de todas elas, a reforma do Maracanã, em agosto de 2010. Nessa obra do Rio de Janeiro, chegou como responsável financeiro, e logo, além desse cargo, passou também a assumir outras responsabilidades, sendo que em 2011 assumiu também o setor de Recursos Humanos, e em abril de 2012 acumulou mais o cargo de responsável Administrativo.

Arquivo pessoal. - Destaque da Revista Maraca Brasil

DESAFIO DA GREVE

Aos 35 anos, enfrentando o maior desafio de sua carreira, Maia liderou uma equipe de milhares de trabalhadores e superou questões inerentes à gestão de uma obra tão colossal, onde a preocupação com o bem-estar dos funcionários, especialmente no que se refere a alimentação e salários, era constante.

“Pessoas são sempre difíceis de administrar. Você acaba não agradando a todos. E são coisas que a gente não deixa de estar sempre preocupado, que é cultura nossa. Duas coisas que temos de estar sempre atentos com nossos funcionários da construção civil: comida e salário”, declara.

Só para se ter ideia da responsabilidade que ocupava, em 2012 e 2013 havia em torno de 6.700 pessoas trabalhando na obra do Maracanã sem parar, 24 horas por dia, todos os dias da semana.

“Eu vinha da área financeira e no Maracanã tive o desafio de assumir o RH em agosto de 2011, com uma greve e tudo. Foi logo assim que assumi o RH que tivemos a primeira greve, e pouco depois, no início de abril de 2012, assumi o Administrativo. Então, com a saída do Busanello (Wilson Busanello – Gerente Administrativo desde o início da reforma até fevereiro de 2013, quando foi escalado para outra missão na Odebrecht) eu já estava inserido nesse dia a dia, quando assumi como Gerente Administrativo Financeiro. Foi verdadeiramente um desafio porque você acaba tendo um comprometimento e uma responsabilidade maior assumindo a gerência do Maracanã”, explica Maia.

Arquivo pessoal. - Destaque da Revista Maraca Brasil

CRUZANDO FRONTEIRAS

Após deixar sua marca no Maracanã, Maia expandiu seus horizontes, assumindo desafios internacionais como na Venezuela, em 2015, quando comandou o planejamento financeiro das obras da Odebrecht naquele país e depois em 2016 e 2017 assumiu a obra da III ponte a ser construída, tendo ocupando os cargos de Gerente Administrativo e Financeiro.

Sua trajetória é marcada por gratidão à Odebrecht, não apenas pela confiança depositada em seu trabalho, mas também pelo valioso aprendizado que contribuiu significativamente para seu desenvolvimento profissional.

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