Entrevista com Ben Affleck, estrela do novo drama The Accountant

Por JANA NASCIMENTO NAGASE

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Se você está buscando um tipo diferente de herói, você não precisa procurar mais, The Accountant, thriller dramático dirigido por Gavin O'Connor e estrelado por Ben Affleck estreia nesta sexta-feira, dia 14 de outubro. Nesse drama dos estúdios Warner Bros. Pictures, Ben interpreta Christian Wolff, um contador superdotado cuja formação original é revelada quando ele se torna o alvo de uma conspiração mortal. Vamos conferir o que ator disse durante a coletiva de imprensa aqui em Beverly Hills na California.

Qual foi o maior desafio do papel? Existe alguma conexão entre a empresa que vemos está envolvido com a robótica e Christian atua de uma maneira semi-robótico? Ben - Foi um papel muito desafiador e exigiu muita pesquisa. Gavin (diretor) e eu passamos um tempo com as pessoas que estão em vários espectro do autismo e observamos os comportamentos, falei com eles, e me envolvi em tudo, até como e que tipo de filme eles gostariam de ver. Um monte de respostas diferentes, mas a ideia era fazê-lo como uma pessoa real, que tínhamos visto e conhecido, ao invés de apenas uma versão imaginada do que poderia ser, por isso, uma combinação de comportamento observado e as características de pessoas que conhecemos e foi ai que construi o meu desempenho.

Você vê qualquer ligação, mesmo que ligeira, com a sua personagem Bruce Wayne e Batman? Ben - O mesmo queixo, obviamente (olhando para poster do The Accountant). Se você esticar um pouco, você pode traçar paralelos com várias personagens diferentes, mas este é uma personagem distintamente única em um único filme. O que me atraiu a ele foi Gavin e seu trabalho e o fato de que era muito incomum. Você acha que está recebendo um tipo de filme, mas, na verdade, você vê algo que é mais inteligente, mais interessante, mais desafiador e que proporciona ressonância temática sobre pessoas que são diferentes e o que eles são capazes. É sobre como nós tentamos proteger os nossos filhos do mal e alguns acabam fazendo mal por causa disso, e é isso que me interessou no filme.

Houve alguma coisa em particular que te chamou atenção quando você fez sua pesquisa, como o pequeno tick com as mãos que você tem no filme? Ben - Sim, tudo que eu faço foi o que aprendi observando as pessoas. Não havia uma única pessoa ou criança, não tinhamos esse tipo de pensamento, "OK, nós estamos construindo essa personagem através desse cara." Foi mais eu e o Gavin passando, conhecendo e observando as pessoas e seus atos. Se víamos algo que parecia perto do que estávamos fazendo no filme, fazíamos uma anotação do mesmo ou apenas trocavámos um olhar tipo "isto vai funcionar para nós." Nós queríamos ter certeza de que estavámos fazendo algo realista e enraizado na realidade. Unimos esses comportamentos e muitos deles foram observados, alguns deles foram roubados, e foi assim que fizemos.

Neste filme, você tem sequências de ação parecidas com as que você fez em Batman v Superman: Dawn of Justice. O treinamento e preparação ajudou nas cenas de ação desse filme? E também, quem ganharia a luta? Ben - Eu só pensei em bater e lutar contra Jason Bourne. Eu nunca pensei nisso não.(risos)

Mas, o treino para o filme do Batman ajudou? Ben - Gavin estava realmente preocupado que a ação e aas lutas fossem boas e reais, algo que ele fez em Warrior, por exemplo, o treinamento foi tão importante para esse filme como para o Batman. Na verdade, mais ainda, porque é muito mais difícil para odublê fazer sua parte quando você não está usando a máscara, então eu tinha que estar “on top of my game.” Eu tive bons e grandes profissionais que me educaram sobre esse estilo de luta, Silat. Foi uma experiência de aprendizagem única e eu tenho muito respeito por eles que ganham a vida fazendo isso.

Você está trabalhando na franquia do Batman, é importante para você fazer um papel complexo como este e também criar um filme seu, Live By Night, em que você também dirige? Ben - Eu não sou muito usar táticas. Eu não acredito muito nisso, em um sucesso estratégico, ter um planejamento fechado. É mais sobre os projetos que me interessam e que chamam a minha atenção. Parte disso é a variação. Você se cansa se fica fazendo a mesma coisa sempre. Tenho sorte de conseguir fazer esses três filmes. Você pode dizer que Batman, este, e Live By Night são completamente distintos. Isso me mantém ativo e engajado e espero estar fazendo o meu melhor nos três filmes.

Quando seu personagem é criança, o pai era muito ruim. Isso o fez pensar sobre os diferentes estilos de educar um filho, você acha que ele fez tudo isso para proteger o filho? Ben - Isso é o que eu achei que era o ponto mais comovente sobre a história e definitivamente o que me moveu, como pai. Eu enfrento dilemas, como todos nós, "Qual é o caminho certo para criar os filhos?" E cada vez, em alguns pequenos momentos, chegamos em uma encruzilhada. Há uma série de diferentes opções de educar seus filhos que você pode usar e todos nós cometemos erros, com certeza, mas tentamos fazer o melhor. Quando você tem filhos, de repente, seu coração está fora de seu corpo. De repente, você se sente tão vulnerável. E esse medo, de seu filho estar vulnerável, é muito poderoso e eu posso ver por que ele é uma personagem muito interessante para um pai contra um cara que não tem amor e compaixão e medo por seu filho, na verdade, acaba brutalizando-o e é muito interessante olhar para qual é a forma adequada de canalizar as intensas emoções que temos como pais. Não é fácil.

Como diretor e ator, você sente que este é o filme mais complicado que você já fez, porque a personagem tem uma condição de saúde? Foi difícil? Você teve que trabalhar nisso por muito tempo? Ben - Sim, foi muito trabalho, porque tínhamos a preocupação de acertar. A última coisa que queríamos fazer era uma versão animada ou uma caracterização, porque é uma condição que as pessoas realmente têm e por isso é mais complicado. Foi mais real. As pessoas que conhecemos, que falamos, todos tiveram situações muito complicadas, vidas complicadas, algumas limitações, algumas habilidades para fazer certas coisas. Às vezes, eles podem ser um jogador-gênio de pinball, você sabe o que quero dizer? Há um espectro incrível de dons especiais que encontramos. Sim, deve ser complicado.

Foi a personagem mais interessantes que você já fez? Ben - Sim, é definitivamente a personagem mais interessante que eu já fiz, com certeza. Outra coisa que me surpreendeu foi a quatidade de pessoas que conhecem alguém com a síndrome de Asperger. Houve muitas risadas nessas conversas, um monte de observações engraçadas, e eu queria manter esse aspecto relax e de desapego. Eu acho que o humor é uma forma poderosa de inteligência, eu fiquei realmente movido, e então eu queria tentar fazer um pouco disso no filme.

Você já terminou de filmar o drama gangster Live by Night? Ben – Na próxima semana. Estamos editando e eu estou realmente animado.