Entrevista com Roxanne Benjamin, diretora do "Body at Brighton Rock" - EXCLUSIVO

Por JANA NASCIMENTO NAGASE

Jana – Você seguiu exatamente o protocolo que os guardas florestais seguem quando um cadáver é encontrado? Roxanne – Sim! O que você vê no filme é o que acontece. Você tem que ficar ali, ao lado do corpo, até que o legista chegue e que um oficial determine a causa da morte. De verdade! Quando eles estão falando no rádio, são essas as instruções recebidas. Ela também não deve ir a lugar nenhum, não é bom se mover e tentar encontrar o caminho, já que não tem ideia de onde ela está. Então, se você se perder em uma floresta, não tente encontrar o caminho de volta. Jana – Por que a atriz Karina Fontes era a atriz certa para a interpretar Wendy? Roxanne – Karina é modelo, mas está se especializando para ser atriz. Eu já havia trabalhado com ela em Southbound. No filme, ela era a garota que não estava lá; ela era o fantasma do outro companheiro de banda. Eu achei ela muito fotogênica. Achei que ela queria ser modelo somente. Ela só foi fazer esse papel extra porque sua amiga, uma das atrizes do filme, a chamou para interpretar esse fantasma. Eu a chamei para ler o roteiro de outro filme que eu estava fazendo que acabou não sendo realizado por falta de fundos. Gostei muito do que ela fez na leitura! Foi quando termine esse roteiro e a chamei novamente. Ela foi tão incrível como um das personagens principais. Eu fiquei impressionada. Eu ainda não sabia que ela queria atuar. Eu escrevi Wendy pensando nela, porque acho que ela tem uma vulnerabilidade. Ela é tão delicada que você não quer vê-la nessa situação. Jana – Outra coisa, eu me relacionei muito com Wendy. Mesmo ela sendo um pouco exagerada e meio atrapalhada. Roxanne – Bacana. Cada personagem é composta de características diferentes de pessoas que a gente conhece. Eu não diria que eu tenho a ingenuidade que ela tem com a vida em pensar que tudo vai ficar bem. Mas é assim que eu queria que a personagem fosse. Superar seus próprios medos, a falta de experiência em lidar com uma situação e perceber que ela pode - apesar do que ela pensa de si mesma ou do que as outras pessoas possam pensar que ela não é capaz de lidar. Com isso, ela fica preparada para os perigos da vida real que surgerão mais tarde. Jana – Quais foram os desafios para realizar esse filme? Roxanne – Alguns... (risos) Filmamos em Idyllwild, aqui mesmo na Califórnia, no inverno, então estava frio. Teve uma tempestade de vento que ficamos sem poder filmar por um dia e meio, porque era tudo ao ar livre. Para não perder tempo, fizemos a cena no interior da tenda dentro de um cenrtro de rececreação. A princípio, as filmagens seriam em 11 dias, mas acabou sendo reduzido para nove dias e meio. Fizemos um pouco de hiking... subindo e descendo a montanha com todos os nossos equipamentos. Além disso, tinha a luz do dia que é limitada no inverno. [caption id="attachment_184199" align="alignleft" width="300"] A atriz Karina Fontes em "BODY AT BRIGHTON ROCK" (Cortesia: Magnet Releasing).[/caption] Parte do filme acontece durante o dia e quando você está no alto da montanha, a luz muda muito rapidamente ao longo do dia. Um dos maiores desafios foi acertar as cores nessas cenas. Jana – Mesmo com todos esses desfios, lo longa é bem bacana e tem uma fotografia bem bonita. Roxanne – Obrigada! Jana - Você pode falar que vem por ai? Seus projetos futuros? Roxanne –  Sim, claro. Terminei de dirigir alguns episódios de Creepshow, do serviço de streaming Shudder, ao lado de Greg Nicotero. Foi incrível! Tambem terminei de escrever o roteiro do Night of the Comet. E estou à procura de mais projetos.