Entrevista com Lauro, goleiro da Portuguesa - Futebol

Por Mano Thiago

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Uma das melhores coisas da minha profissão é conhecer pessoas, fazer amigos e poder dividir com leitores e ouvintes o que tem de mais legal nestes grandes profissionais. Esta semana, estive na Portuguesa de Desportos para entrevistar dois amigos para um papo que foi muito além do futebol. Nesta edição, destaco a entrevista com Lauro Júnior Batista da Cruz, o goleiro Lauro, paulista de Andradina, de 33 anos, que integra o elenco da Portuguesa, por empréstimo do Internacional de Porto Alegre, com quem venceu a Copa Sul-Americana 2008. Em 2003, fez seu primeiro gol na carreira pela Ponte Preta, contra o Flamengo, aos 52 minutos do segundo tempo, fazendo com que a Macaca (Ponte Preta) permanecesse na Série A do Campeonato Brasileiro. Há poucos dias, fez seu segundo gol da carreira, pela Lusa, aos 47 minutos do segundo tempo, no último lance da partida, novamente contra o Flamengo, que levou a Portuguesa ao empate. Na mesma semana, defendeu um pênalti de Rogério Cenni, oitos anos após já ter feito o mesmo, porém, na ocasião, pela Ponte Preta. Confira a entrevista!

Mano – Qual a sua opinião sobre o momento que vive o futebol brasileiro? Lauro - O Brasil tem um destaque maior no futebol em função da mídia, de investidores e de grandes empresários, que veem a modalidade esportiva como um dos melhores segmentos de investimento, por sua popularidade. Mas, lamento pelas categorias de base e outras modalidades, que também deveriam receber mais incentivos privados e públicos, com objetivos e metas reais. Mano – E o que você pensa a respeito dos supostos desvios de verbas na construção e reforma dos estádios para a Copa do Mundo? Lauro – Essa questão dos desvios de verbas nem sempre é promovida só pelo governo. É lamentável porque, de alguma forma, as verbas superfaturadas poderiam ser aproveitadas de outras maneiras. O esporte educa e socializa as pessoas, tornando-as melhores no futuro. Como sou atleta de futebol profissional, é uma grande honra ver, no meu país, uma Copa do Mundo. E, antes de tudo, sou um cidadão brasileiro. Eu tive a oportunidade de jogar no Mané Garrincha, em Brasília. É um estádio maravilhoso. Para o público então, nem se fala. Cada setor tem suas metas. Agora, se o dinheiro é desviado, isso é outra coisa. Mano – Você pensa que jogar fora do Brasil é uma questão financeira ou de visibilidade? Lauro – Para mim, a principal motivação é viver uma nova cultura, uma nova língua, e não tanto pela parte financeira. Por ser goleiro, na Europa a questão financeira se iguala com Brasil, mas a visibilidade é bem maior pelos campeonatos que são disputados e passados no mundo todo. Por isso, o sonho de jogar fora do país.