04/02/21 às 22:43 - Brasil
Epernay - A capital da Champagne
Tenho que confessar a minha ignorância.
Até pesquisar o roteiro para esta viagem eu nunca havia ouvido falar nesta cidade.
A cidade está localizada a 130 quilômetros a oeste de Paris e a 30 quilômetros de Reims e tem como atração principal a Avenida da Champagne, onde estão localizadas várias caves de champagne, como Moet Chandon, Mercier e De Castellane. Dizem que é a rua mais cara do mundo tendo em vista a enorme quantidade de garrafas de champagne armazenadas nas suas caves subterrâneas. Dizem que são mais de setecentas milhóes de garrafas em cem quilômetros de túneis por baixo da cidade.
Ouvimos várias vezes durante nossa estadia em Reims e Epernay que apenas o espumante produzido nesta região chamada Champagne, pode ser um champagne. O resto é espumante.
Uma connoisseur da Maison Tattinger ensina que a umidade relativa do ar alta, temperaturas mais baixas e verões curtos afetam o crescimento das uvas, dando um sabor particular ao produto. O solo diferente, meio farinhento, macio e poroso dão um sabor mineral a champagne.
O solo é calcáreo e no lugar existia um mar interno. Este é um dos grandes diferenciais do espumante produzido nesta região.
Difícil é decidir qual a Cave a visitar. Dizem que a Moet Chandon é linda e elegante, como a marca, mas tinhamos tempo para visitar apenas uma e a escolha foi pela Mercier, pela curiosidade de conhecer os túneis.
Mas fique esperto. As caves fecham ao meio dia e só abre as duas. Assim é preciso ficar atento para os horários e para sua programação, sob pena de prejudicar uma ou outra.
- Cave da Champagne Mercier
- Aparecimento de Dom Perignon
- A mistura de diferentes vinhos da região, conseguindo que o produto fique mais harmonioso. Atualmente, a lei permite apenas a mistura de três castas de uva: duas escuras (Pinot Noir e Pinot Meunier) e uma branca (Chardonnay)
- Separação e prensagem em separado das uvas pretas que predominam em Champagne, obtendo assim um cristalino sumo de uva. Só serão utilizados os primeiros 2500 litros resultantes das duas primeiras prensagens. Apenas estes ganharão o direito a serem chamados de Champagne. Estes 2.500 litros serão divididos em 13 tonéis de 200 litros cada. Começa ai a primeira fermentação. Nas caves a 10 ou 20 metros de profundidade, o mosto se transformara em vinho. Depois há uma mistura de 10, 20 e até 30 safras diferentes. Isto se chamaLa Cuvee e este é o segredo maior de cada marca.
- O uso de garrafas de vidro mais espesso para melhor permitirem a pressão da segunda fermentação em garrafa.
- O uso da rolha de cortiça, vinda de Espanha, que permitiu substituir o anterior sistema, pauzinhos de cânhamo embebidos em azeite.
- A escavação de profundas adegas, hoje galerias com vários quilômetros de extensão e usadas por todos os produtores, para permitir o repouso e envelhecimento do champanhe a uma temperatura constante.