Escandâlo: e-mails investigados pela PF não complicam Lula, diz ministro

Os e-mails em poder da Polícia Federal não complicam em nada a vida do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acredita o amigo e ex-chefe de gabinete de Lula, o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência).

As mensagens analisadas pela polícia mostram que a ex-assessora Rosemary Noronha, ex-chefe de gabinete do escritório da Presidência em São Paulo, usou Lula para conseguir cargos para aliados e para a própria filha, Michelle Noronha.

E-mails trocados entre Rosemary e os irmãos Rubens e Paulo Vieira, diretores exonerados da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e da ANA (Agência Nacional de Águas), presos pela Operação Porto Seguro, da Polícia Federal, indicam ainda que Lula teria sido consultado sobre a nomeação dos envolvidos no esquema de venda de pareceres técnicos fraudulentos.

Em janeiro de 2009 começaram as articulações entre o trio para obter os cargos. Na ocasião, Rose, Paulo e Rubens trocam mensagens sobre a nomeação de Rubens na Anac.

Em outra mensagem, Paulo diz a Rubens que Rose “acha” interessante que ele participe de um evento com o “PR” (presidente da repúlica), que aconteceria na semana seguinte. O ministro também negou ter sido ele quem avisou ao ex-presidente detalhes da Operação Porto Seguro.

Desde as últimas semanas, quando a operação foi deflagrada, Paulo Vieira, apontado pela PF como chefe da organização, e Rubens foram afastados dos cargos. Rose foi exonerada da chefia de gabinete da Presidência em São Paulo. Michelle, filha de Rose, pediu para sair da Anac.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se recusou a comentar a operação da Polícia Federal, mas, em discurso, reclamou que “notícias ruins são manchetes e as boas saem pequenininhas”.